sexta-feira, 30 de julho de 2010

Esquizofrenia

Assisti há algum tempo o filme “O solista”. O filme é baseado na história real do prodígio musical Nathaniel Ayers, que desenvolveu esquizofrenia no seu segundo ano na famosa escola de artes performáticas Juilliard, de Nova York. Ayers acabou como sem-teto nas ruas do centro de Los Angeles, onde toca violino e violoncelo.
A Esquizofrenia é uma doença da Personalidade total que afeta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Culturalmente o esquizofrênico representa o estereotipo do "louco", um indivíduo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância cultural, o esquizofrênico menospresa a razão e perde a liberdade de escapar às suas fantasias.
Segundo Kaplan, aproximadamente 1% da população é acometido pela doença, geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predileção por qualquer camada sócio-cultural. O diagnóstico baseia-se exclusivamente na história psiquiátrica e no exame do estado mental.
A esquizofrenia não tem cura, mas é tratável!!!
A Terapia Comportamental-Cognitiva possui várias técnicas para o tratamento da esquizofrenia, vou citar apenas algumas: economia de fichas (psicose), psicoeducação (prevenção de recaídas), técnicas cognitivas (para sintomas positivos), técnicas comportamentais (sintomas negativos), etc.


Veja o trailer do filme "O Solista". Recomendo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Telefone celular causa síndrome dos tempos modernos

Há 20 anos, a primeira companhia de celular chegava ao Brasil, comercializando telefones móveis, grandes, difíceis de carregar e que quase não se via pelas ruas do país. Hoje, o aparelho tornou-se um dos objetos de consumo mais populares por adultos a crianças. Assim como a tecnologia se desenvolveu, trazendo facilidade para quem usa, trouxe também uma conseqüência para os usuários, a dependência.
O fenômeno foi batizado como “nomofobia” pelos especialistas, termo que usa o prefixo “no-mo” (abreviação da expressão inglesa “no-mobile”, que significa “sem celular”) e o sufixo “fobia” (medo). Assim “nomofobia” pode ser interpretada como sendo o medo de estar sem celular, na tradução literal.
A síndrome causa ansiedade, pânico, impotência, angústia que surge quando alguém se sente impossibilitado de se comunicar por estar sem o aparelho. “A pessoa não consegue se desprender da tecnologia. Deixa o aparelho ligado 24 horas por dia, inclusive na hora que vai ao banheiro ou até mesmo na hora de dormir”, explica o psicólogo Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde.
Para ele, a nomofobia não diz respeito somente ao aparelho celular, mas qualquer tecnologia que deixe as pessoas conectadas, como computadores e notebooks. Só no Brasil já são mais de 250 milhões de aparelhos de telefonia móvel vendidos. “Esse número é impressionante, principalmente porque é maior que a população. Isso mostra como as pessoas estão cada vez mais dependentes e passaram a usar mais de um telefone”, afirma o psicólogo acrescentando que antigamente as janela das casas eram grandes, pois era uma forma de se comunicar com o mundo. “E hoje as janelas estão cada vez menores e as TVs cada vez maiores. Essa é a nova conexão com o mundo”, completa o psicólogo.
Ainda, segundo Nabuco, o mais preocupante é que qualquer um está sujeito à fobia, mas o alvo mais comum são os jovens. O especialista alerta para os sintomas mais frequentes: abandonar tudo o que faz para atender o celular; nunca deixar o aparelho sem bateria; não carregar o celular na bolsa, bolso ou similares (prefere carregá-lo na mão para que possa atender imediatamente); nunca esquece o celular em casa, se isso acontecer, volta de onde está para pegá-lo; sente-se mal quando acaba a bateria, quando perde o aparelho ou pensa que perdeu.
“Os jovens já nasceram nesse mundo tecnológico, já usam a própria linguagem quando estão no computador, o que traz prejuízo de aprendizado já que abreviam e não acentuam quase nenhuma palavra”, alerta. Além disso, os adolescentes, por possuírem uma renda controlada pelos pais estão se acostumando cada vez mais usarem os SMS, ou torpedos, como forma comunicação, já que é mais barato. “É mais prático e econômico para eles”, observa.
“Não dá para tirar totalmente o celular da vida de alguém, o importante é usar o bom senso para não se viciar”, finaliza o Cristiano Nabuco.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Analisando as contingências

Situação: Na aula de RPM as bikes são estacionárias e dependendo da velocidade com que você pedala seus pés podem escapar dos pedais, então é indicado que você aperte bem as presilhas, ou use sapatilhas adequadas, mas os alunos usam mesmo as presilhas. Um dos aluno não gosta de usar as presilhas na aula de RPM, dizendo que não gosta de ficar com o pés presos e nem usa as sapatilhas.
Esta é uma situação do dia-a-dia que poderia passar despercebida, mas como sou Analista do Comportamento (AC) costumo ser bastante observadora e esta situação me deixou bastante curiosa e fiquei pensando porque este aluno não gosta de ficar com os pés presos, se eu não apertar bem as presilhas eu não consigo pedalar....este aluno consegue....hoje na aula veio a resposta...tudo se deve a análise de contingências..rsrs...
Análise das contingências: numa conversa que ouvi desse aluno com uma outra aluna ouvi ele dizer que uma vez estava andando de moto e outro motoqueiro passou a todo vapor e encostou na sua moto bem ao lado de seu pé esquerdo, os dois cairam e por pouco ele não perdeu o pé porque o seu tênis saiu....nada de muito grave aconteceu só um grande susto.....bom....daí deduzi o porque dele não ficar com os pés presos.......o pequeno acidente pode ter desencadeado o "não gosta de ficar com o pé preso", naquela situação se o seu tênis não tivesse saído provavelmente teria se machucado, fraturado o pé...ele provavelmente generalizou que ficar com os pés presos não é seguro.......
Quando você é analista do comportamento você enxerga as coisas de maneira diferente.
Um AC está sempre analisando as contingências!!!!!!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Transtorno de personalidade

Transtorno de personalidade Borderline

Transtorno da Personalidade Borderline segundo o DSM IV TR é um padrão global de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, da auto-imagem e dos afetos e acentuada impulsividade, que se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por, no mínimo, cinco dos seguintes critérios:


(1) Esforços frenéticos no sentido de evitar um abandono real ou imaginário. Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5.

(2) Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização

(3) Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento de self

(4) Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais á própria pessoa (p. ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivo). Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5.

(5) Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante

(6) Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (p. ex., episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias)

(7) Sentimentos crônicos de vazio

(8) Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (p. ex., demonstrações freqüentes de irritação, raiva constante, lutas corporais recorrentes)

(9) Ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou graves sintomas dissociativos


O Tratamento Cognitivo-Comportamental do T.P. Bordeline consiste no uso das seguintes intervenções:

1- USO DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA

2- ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÃO EM CRISE

3- USO DAS TÉCNICAS DA TERAPIA COGNITIVA PADRÃO (BECK)

4- TERAPIA FOCADA NOS ESQUEMAS ( JEFFREY YOUNG )

O uso destas intervenções deverá estar pautado na conceituação cognitiva do caso.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

ABPMC

Vem aí o XIX Encontro da ABPMC..Quem vai? Eu vou..rsrs...Ainda dá tempo de se inscrever...Vale a pena ir neste encontro....
Maiores informações em http://www.xixencontroabpmc.com.br

domingo, 25 de julho de 2010

CRP

Este ano haverá eleições para eleger a nova Diretoria e Conselheiros para os CRPs. Quem não votar estará sujeito a multa. Será no dia 27 de Agosto..."Dia do Psicólogo".

sábado, 24 de julho de 2010

Pense nisso...12

"Você não pode impor felicidade. Você não pode em última instância, impor coisa alguma. Nós não usamos a força! Tudo que precisamos é engenharia comportamental adequada." (Skinner, 1948).

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Felicidade para AC

Comentei brevemente sobre felicidade aqui no blog e prometi voltar ao tema, estava navegando pela net e li este texto interessantíssimo e vale a pena sua leitura....

“Essa tal Felicidade”: em alguns casos, um problema de controle de estímulos (Nicodemos Batista Borges)

Segundo Houaiss e Villar (2008), o termo “felicidade” refere-se, entre outras coisas, à satisfação, contentamento e bem-estar. Todavia, chegam diariamente aos nossos consultórios pessoas que apresentam como queixa “não ter encontrado a tal da felicidade” e/ou “não sentir felicidade” ― ou variações em que não se utiliza o termo felicidade, mas que se referem a essa sensação ―, e que relatam sentir “angústia”, “tristeza”, “insatisfação com sua vida”, etc.
Os Analistas do Comportamento (Banaco, 1999; Oliveira e Borges, 2007) defendem que uma pessoa procura um psicólogo clínico quando vivencia contingências aversivas ou ausência de reforçadores. Então, seu papel enquanto terapeuta analítico-comportamental é auxiliar o cliente a identificar essas contingências aversivas e modificá-las e/ou desenvolver ― através de modelagem ou modelação ― padrões comportamentais capazes de produzir reforçadores.
Até aqui, tudo vai bem! Contudo, tenho observado ― e aqui me refiro exclusivamente à minha experiência, pois não sei se isso tem acontecido com meus colegas ― que a frequência de clientes que, aos olhos da sociedade, têm vidas “maravilhosas” e me procuram relatando essa mesma queixa tem aumentado significativamente.
Diante dessa situação, enquanto clínico analítico-comportamental, minha atitude é investigar as contingências das quais esse comportamento é função ― o que fazemos, em geral, através de solicitação de relatos sobre o dia-a-dia do cliente e da sua compreensão de sua história. Faço o que chamamos de “Avaliação Funcional”.
O primeiro item mencionado anteriormente, os “relatos sobre o seu dia-a-dia”, tem por objetivos identificar: 1) possíveis situações aversivas; 2) ausência de reforçadores; 3) falta de repertórios; 4)habilidades (repertórios); 5) padrões comportamentais; e 6) possíveis reforçadores. Veja que o terapeuta não se limita a investigar o que há de “errado”, mas levanta também o que “corre bem”. Essa escolha de se averiguarem informações sobre o que dá e o que não dá certo na vida do cliente ― sob a ótica dele (cliente) ― visa facilitar ou ampliar a avaliação funcional do caso, pois nos permite uma maior compreensão da dinâmica de seu funcionamento.
Para complementarmos a avaliação funcional, levantamos um histórico de vida do cliente, em que importa verificar não só possíveis fatores que contribuíram para o desenvolvimento da queixa, mas também notar como o cliente relata sua própria história, que sem dúvida é uma pista importante sobre possíveis contingências que mantêm a queixa.
Quando nos deparamos com um cliente que apresenta essa queixa de “não se sentir feliz”, a primeira hipótese que levantamos é a de “problemas reais” na vida cotidiana. Estou chamando de “problemas reais” aquelas questões que são rapidamente identificáveis pela sociedade, tal como falta de dinheiro, falta de emprego, falta de estudo, falta de namorado, falta de tempo, etc. Todavia, em muitos casos, o cliente não apresenta nenhum desses problemas; ao contrário, os clientes relatam que amigos e familiares que o circundam não entendem o porquê do seu sofrimento, alegando que ele (cliente) “tem tudo: dinheiro, status, companhia, etc.”
Nesses casos, o terapeuta analítico-comportamental deve investigar o que o cliente nomeia como “felicidade”. Se a resposta for algo do tipo “é um constante estado de prazer”, o terapeuta deverá discutir com o cliente ou propor exercícios que o auxiliem a verificar, em primeiro lugar, se “felicidade” corresponde realmente a “prazer” e, em segundo, se podemos ter essa sensação de forma constante.
Outro significado que o cliente pode dar para “felicidade” é “satisfação”, “contentamento”, “bem-estar”, o que é algo possível de se alcançar. Para aqueles clientes que não apresentam “problemas reais” e que deram esse significado para “felicidade”, o terapeuta poderá, então, levantar a hipótese de que existe um problema no que vou chamar de “resposta de observação”.
Estarei empregando o termo “resposta de observação” para me referir ao comportamento de um sujeito observar (e ficar sob controle de) seu próprio comportamento. Reynolds (1961) fez uma importante contribuição para compreendermos o comportamento humano. Através de um estudo com pombos, verificou que o sujeito não responde ao estímulo como um todo, mas sim age sob controle de uma dimensão do estímulo. Essa descoberta é o ponto de partida para a compreensão do comportamento dessas pessoas que têm vidas “maravilhosas” ou que, pelo menos, não apresentam “problemas reais” aos olhos da sociedade, mas que vêm aos nossos consultórios com queixas de que “não encontram a tal felicidade”.
Em muitos desses casos, o que tenho observado é que esses clientes apresentam problemas no que chamei de “resposta de observação”, ou seja, eles atentam para apenas parte dos eventos de sua vida em geral: exatamente para aqueles em que cometem “erros”, ou para aquelas coisas a que não têm acesso.
Se compararmos o estudo de Reynolds (1961) às dimensões da vida (estímulo) desses clientes, o que controla seus comportamentos de queixarem-se de si ou de suas vidas são exatamente esses “fracassos” ou “não realizações”. Contudo, existem muitas outras dimensões da vida que estão sendo “descartadas” no comportamento de auto-observação de seus próprios comportamentos ou de sua vida e, nesses casos, esse comportamento de auto-observação deve ser um dos focos da intervenção.
Portanto, o terapeuta analítico-comportamental deverá identificar, através da avaliação funcional, se ocorre esse padrão do cliente de observar ou avaliar seus comportamentos ou sua vida com pesos diferentes. Em casos afirmativos, a intervenção deverá ter como objetivo tornar a “resposta de observação” do cliente sensível às demais dimensões desses estímulos (sua vida ou seus comportamentos). A resposta de observação adequada é aquela que observa e avalia todos os comportamentos do indivíduo e não apenas parte deles. Um exemplo de intervenção possível nesses casos é pedir para que o cliente relate e/ou registre todos os momentos do seu dia; a partir daí, o terapeuta irá discutindo com o cliente cada um deles, podendo qualificá-los como: “conquistas”, “capacidades”, “realizações”, “fracassos”, “incapacidades”, “não realizações”, etc. A repetição desse exercício deve ser feita até que o cliente seja capaz de identificar e avaliar, com os mesmos critérios, todos os eventos de seu dia-a-dia, sendo eles “bons” ou “ruins”.
A intervenção, sobre a “resposta de observação” ajustará a “percepção” do cliente à sua “vida real”, além de permitir que ele experimente “essa tal felicidade”.

Considerações Finais
O terapeuta analítico-comportamental, através da avaliação funcional, identifica quais são as contingências que mantêm o comportamento-problema apresentado pelo cliente.
No caso de queixas relacionadas à insatisfação com a vida ou consigo mesmo, levantamos aqui pelo menos três hipóteses que devem ser avaliadas: 1) “problemas reais”, quando os problemas existem e o cliente vem para que o auxiliemos na resolução deles; 2) problema na ideação, em que o cliente acredita que é possível viver um estado constante de felicidade (prazer); e 3) “respostas de observação”, em que o cliente atenta apenas para uma parte de sua vida ou se utiliza de critérios diferentes para avaliar seus sucessos e fracassos.
Na primeira hipótese, a avaliação deverá determinar se o problema é de déficit de repertório, excessos comportamentais, problemas nas contingências, etc. Nada muito diferente do que o analista do comportamento está acostumado a lidar.
As duas outras hipóteses (segunda e terceira) tratam de análises que devem considerar não apenas variáveis ambientais externas e presentes, mas também contingências sutis, como histórico de compreensão (história de vida) em relação ao termo “felicidade” e dimensões do estímulo que controlam o responder, respectivamente. Essas sutilezas são muitas vezes negligenciadas por analistas do comportamento pouco experientes.
A segunda hipótese exigirá que o terapeuta intervenha visando facilitar a discriminação do fluxo normal da vida, a qual apresenta pequenos desequilíbrios, seja por oscilações no responder, seja por oscilações nas contingências ― principalmente se pensarmos nas Operações Estabelecedoras ―, o que naturalmente gera uma constante mudança nas nossas sensações, inclusive às relacionadas à satisfação.
Já, na terceira hipótese, naqueles casos em que o que o cliente observa é apenas parte do que ele faz, o terapeuta deverá utilizar um procedimento para gerar correspondência entre o fazer e o observar seu fazer, que consiste de ensinar o cliente a observar, avaliar e considerar com os mesmos critérios todos os seus comportamentos e as dimensões de sua vida.
Através da resolução desses comportamentos-problema é possível que o cliente consiga vivenciar essa tal da “felicidade”.

Referências
Banaco, R. A. (1999). Técnicas cognitivo-comportamentais e Análise Funcional. Em: R. R. Kerbauy e R. C. Wielenska (Orgs.). Sobre Comportamento e Cognição: psicologia comportamental e cognitiva da reflexão teórica à diversidade na aplicação, Vol. 4 (pp. 75-84). Santo André: ESETec.

Houaiss, A. e Villar, M. S. (2008). Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 3 ed. Rio de Janeiro: Objetiva.

Oliveira, D. L. e Borges, N. B. (2007). O ambiente natural como fonte de dados para a avaliação inicial e a avaliação de resultados: suplantando o relato verbal. Em: D. R. Zamignani, R. Kovac e J. S. Vermes (Orgs.). A Clínica de Portas Abertas: experiências e fundamentação do acompanhamento terapêutico e da prática clínica em ambiente extraconsultório. (77-100). Santo André: ESETec.

Reynolds, G. S. (1961). Attention in the pigeon. Journal of Experimental Analysis of Behavior, 4, 203-208.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sonhos e terapia comportamental

Como havia prometido anteriormente, nesta postagem falarei sobre sonhos.
Há poucas publicações sobre sonhos dentro da terapia comportamental....
Os sonhos são mecanismos fisiológico que tem importância vital no equilíbrio de todo organismo. Os sonhos são eliciados fisiologicamente, sendo que todas as pessoas sonham, variando apenas em que fase do sono (REM e NREM) ocorrem, sendo ou não recordados. Sonhos são comportamentos encobertos e se manifestam durante o sono e devem ser submetidos à uma análise funcional como qualquer outro comportamento. Porém, só podem se tornar acessíveis aos outros através do relato verbal (comportamento verbal) do cliente. A tarefa do terapeuta comportamental é utilizar os sonhos como um instrumento a mais para criar condições para que seu cliente possa entrar em contato com as contingências atuantes em sua vida. Relatar um sonho pode ser a forma de expressar um sentimento, de se esquivar de temas aversivos. Os sonhos como qualquer outro comportamento encoberto, são expressos de diferentes maneiras e adquirem características de uma linguagem especial em terapia. Sendo assim, o terapeuta é um decifrador de códigos que o cliente usa para relatar esses comportamentos encobertos que ocorrem sob a pele. O terapeuta, nessa dimensão, é um pesquisador em busca de hipóteses, um construtor do conhecimento, e é através do terapeuta que o cliente pode conseguir discriminar as contingências que controlam seu comportamento e ampliar seu  repertório comportamental. E o cliente junto com o terapeuta fazem uso dos sonhos como mais uma fonte para que aqueles possa chegar aos seu autoconhecimento.  

terça-feira, 20 de julho de 2010

Poesia x Procrastinação

Já falei sobre procrastinação aqui no blog...agora achei esta poesia de Álvaro de Campos onde ele descreve exatamente o comportamento de procrastinar.


 
Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã…
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não…
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico…
Esta espécie de alma…
Só depois de amanhã…
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte…
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos…
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã…
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro…
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã…
Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância…
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital…
Mas por um edital de amanhã…
Hoje quero dormir, redigirei amanhã…
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo…
Antes, não…
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã…
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã…
Sim, talvez só depois de amanhã…
O porvir…
Sim, o porvir…


segunda-feira, 19 de julho de 2010

dor de cabeça infantil

Dor de cabeça pode ser causa da agressividade infantil

Filhos de mãe com enxaqueca têm probabilidade cinco vezes maior de apresentar a patologia.

Retraimento, agressividade e outros problemas emocionais são mais comuns em crianças com queixas de dor de cabeça. Essa é uma das conclusões da tese de doutorado defendida pela psicóloga Luciana Leonetti na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. A pesquisadora avaliou 75 crianças com idade entre 3 e 5 anos cadastradas em núcleos do Programa de Saúde da Família (PSF) do município, das quais 38 apresentaram queixa de dor de cabeça, segundo o relato de suas mães. A pesquisadora constatou que, além dos problemas de comportamento, essas crianças se queixavam de desconforto em relação à intensidade de som, luz e movimento. Segundo a psicóloga, esses sinais muitas vezes aparecem nos primeiros meses de vida, podendo ser um importante indicador de dor de cabeça em fases posteriores do desenvolvimento. Ela observou que também os filhos de mães com enxaqueca têm risco cinco vezes maior de sofrer de dor de cabeça. Segundo ela, isso poderia ser explicado tanto por fatores genéticos como por aprendizado social, isto é, por meio de modelos de comportamento presentes no ambiente familiar.

domingo, 18 de julho de 2010

Piadinha....

Sabem qual é o cosmético preferido das Analistas do Comportamento?
?????????????
?????????????
?????????????
.
.
.

O condicionador.




Dããã......



sexta-feira, 16 de julho de 2010

Músicas x sentimentos

Apenas escute a música...depois continue lendo o post e veja se seus sentimentos, seu comportamento (encoberto), seu modo de perceber a música mudou....vamos lá feche os olhos e apenas escute!!!! Não seja ansiosa, siga minhas regras rsrs...apenas escute!!!


E aí escutou?? O que achou?? Bonita?? O que você sentiu??? Conseguiu descrever seus sentimentos?
Agora escute novamente mas prestando atenção na letra da música....vamos lá eu espero você..depois continue lendo o post...

Ok..e agora?? entendeu a letra, o que a cantora quis passar? Seus sentimentos foram diferentes da primeira vez que ouviu sem atentar para a letra??

O meu sim, mudou....da primeira vez que ouvi, fiquei relaxada, pensando naqueles momentos românticos...rsrs...na segunda vez já fiquei tensa, pensando nas pessoas que sofre de algum transtorno alimentar (TA)...meus respondentes foram totalmente diferentes nas duas situações.....aí está mais um exemplo de que tudo muda quando nossos pensamentos mudam.....

OBS: Por que escolhi esta música?? Porque estou estudando um pouco mais sobre TA e vi que vários vídeos a respeito do assunto usam a música "Courage"..

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Distimia – Uma Forma Da Depressão

Você conhece alguém meio mal humorado, pessimista, que vive se queixando de estar cansado? Sempre sem muita disposição, ele parece que tem pouca energia. Fala que é daqueles que teve o azar de ter problemas com o sono! Dorme mal, vive reclamando da vida! Outras vezes cochila pelos cantos, durante o filme, no meio das conversas. Parece sempre meio desinteressado. Alguns dizem que ele tem o "gênio difícil" e que é difícil de conviver.
Se você conhece alguém com as características acima saiba que ele pode ser um portador de Distimia e que no Brasil, existem 5 a 11 milhões de pessoas que sofrem desse mal! Eles são 3 a 6% por cento da população no mundial! De cada 100 pacientes atendidos nos postos de saúde, 7 provavelmente têm Distimia.
Entre os pacientes que possuem algum transtorno mental, mais ou menos um terço deles (36% aproximadamente), apresentam sintomas depressivos leves e de longa duração. Essas pessoas podem ter Distimia. Esses números, que parecem tão altos, ocorrem porque é muito comum uma pessoa que tem um transtorno mental, como pânico, uma fobia ou obsessões, desenvolver sintomas depressivos. É o que os psiquiatras chamam de "comorbidade", quando dois ou mais quadros psiquiátricos se associam num mesmo indivíduo.
A Distimia é um tipo de depressão que faz parte do grupo dos transtornos mentais que interferem com o humor das pessoas e por isso os psiquiatras chamam esses quadros de "Transtornos do Humor". Ela é diferente dos outros tipos de depressão porque seus sintomas são mais leves, mas têm uma longa duração. Isso torna difícil que o paciente se perceba deprimido, fazendo com que ele conviva com essa depressão, tentando se sobrepor, lutar contra ela. É por isso que é tão prejudicial, pois essa situação acaba por trazer inúmeras conseqüências para seus portadores. No entanto, existem estudos internacionais que mostram que ela é subdiagnosticada pelos médicos, sejam eles clínicos ou especialistas.
As pessoas com Distimia apresentam altas taxas de absenteísmo: faltas no trabalho. Essas taxas são quase tão altas quanto as faltas devidas às cardiopatias crônicas, e estão entre as primeiras causas de absenteísmo no mundo!
Essas pessoas quase não conseguem sentir prazer nas coisas que normalmente as interessava, e por isto têm pouquíssimos interesses. São pessimistas. Muitas vezes têm dificuldades com o sono, ou com apetite. É como se um vazio se esparramasse em toda à sua volta, e às vezes houvesse dentro deles uma espécie de buraco que não conseguem preencher com nada. Às vezes, por isso, desenvolvem uma obesidade da qual não conseguem se livrar.
Apesar dos sintomas menos acentuados, a Distimia é um transtorno que acarreta um prejuízo pessoal muito importante. Não só do ponto de vista das relações pessoais, mas no plano econômico também! Em geral, essas pessoas têm poucas relações, poucas amizades, e concentram suas atividades quase que exclusivamente no trabalho, seja ele um emprego formal ou não. Isso porque, é na situação de trabalho que as funções e a forma do indivíduo se comportar são mais bem definidos, facilitando sua atuação. Apesar de toda essa "dedicação", seu desempenho profissional é, em geral, mediano, e muitas vezes insatisfatório para o próprio indivíduo, pois carrega consigo um peso, uma falta de vitalidade, de criatividade e de dinamismo que o prejudica em todos os lados.
É muito comum ouvirmos o paciente contar que faz as coisas com dificuldade, como se estivesse pesado, lento, sem prazer, fazendo o mínimo, só o essencial a cada dia.
Isso tudo faz com que o indivíduo não procure ajuda. Ele não vai ao médico, e quando o faz, raramente procura um psiquiatra. Na grande maioria das vezes ele vai a um clínico com queixas como falta de apetite, insônia ou cansaço.
O clínico, pouco treinado no diagnóstico de transtornos mentais, não reconhece a depressão e vai investigar as queixas físicas, com as quais tem mais familiaridade. Muitas vezes vai prescrever vitaminas, indutores do sono, tentando tratar cada queixa isoladamente. Noutros casos, ele consegue reconhecer que o quadro é de depressão, mas seu conhecimento sobre o tratamento dos quadros depressivos é limitado e ele não consegue ministrá-lo corretamente. Isso pode ocorrer porque a dose do medicamento é insuficiente, ou porque o antidepressivo escolhido não tem a eficácia necessária, ou mesmo porque a duração do tratamento é limitada, etc. Assim, o paciente que, com muita resistência, procurou ajuda médica, perde a oportunidade de tratar-se e vai carregar seu sofrimento por outro longo período, até que faça (e se fizer...) uma nova tentativa.
Nada justifica que, hoje em dia, com a quantidade de novos recursos disponíveis para o tratamento da depressão, que o indivíduo continue carregando esse quadro por tantos anos e de forma tão prejudicial. A própria OMS (Organização Mundial de Saúde) tem um programa internacional para treinamento de clínicos no diagnóstico da depressão.
 
Por Adriano Persone Prestes de Camargo com Belquiz Avrichir - Mestre em Psiquiatria pela FMUSP e médica assistente do IPQ-HC.



terça-feira, 13 de julho de 2010

Pense nisso...10

"Sonhar é  ver na ausência da coisa vista". (Skinner)

Sonhar dormindo, sonhar acordado, pesadelos....tipo de comportamento....comportamento encoberto; voltarei a falar de sonhos em breve..estou analisando as contingências!!!


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Exercício físico e transtorno do pânico.

Frequento academia com regularidade há 5 anos e há 2 pratico RPM. O RPM é um treinamento impressionante por melhorar sua capacidade aeróbia e resistência anaeróbia. A música desenha o trajeto no qual seu corpo queima calorias e fortalece seu corpo. Junto com a instrução de seu professor e a motivação de seu grupo, você experimentará subidas lentas, pequenos tiros e giros de recuperação que não representam nenhuma barreira de coordenação ou motivação. O RPM é o único programa mundial de ciclismo indoor testado trimestralmente em uma amostra de aproximadamente 1000 pessoas entre 16 e 65 anos e elaborado por uma equipe multidisciplinar (professores, fisioterapeutas, médicos, psicólogos e outros pesquisadores). RPM em inglês significa “Força bruta em movimento”. É uma aula de trabalho cardiovascular intenso. E bota intenso nisso, às vezes saio sem fôlego da aula, mas é muito bom, eu recomendo. A academia que freqüento se preocupa em pedir exames de seus alunos...vai que acontece alguma coisa...mas enfim você deve estar aí pensando: - “Mas porque ela está falando isso???”
Simplesmente porque hoje estava na academia na aula de RPM e me deparei com uma situação. Umas das alunas estava tendo uma crise de ansiedade, (ataque de pânico) o pessoal pensou que ela estava tendo um ataque cardíaco; mas ela conseguiu discriminar que o que ela estava sentindo era ansiedade intensa; como ela estava na bike ao lado da minha perguntei o que estava acontecendo, ela cochichou que estava tendo um ataque de pânico sai com ela da sala e ela me disse que iria sentar e esperar passar a crise; achei fantástico o controle que ela teve, dificilmente vejo um paciente que sofre de TP ser tão controlado. APRENDIZAGEM, HABITUAÇÃO.....
A síndrome do pânico caracteriza-se por crises agudas de medo e desespero sem razão aparente. A sensação é tão intensa e tão real que a pessoa tem a impressão de que vai morrer ou enlouquecer. Apesar de exercícios físicos serem recomendados para amenizar os sintomas, o treino pesado pode ter o efeito adverso, provocando uma nova crise em quem já enfrenta o problema. Apesar desses efeitos adversos os exercícios físicos são altamente recomendáveis para quem sofre de transtorno do pânico (TP). Se não houver contra-indicações, exercícios físicos vigorosos representam uma forma de terapia eficiente para tratar o TP .

domingo, 11 de julho de 2010

Piadinha

Vocês sabem qual o esporte que o Behaviorista radical pratica?
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O Jet Skinner.......

Rsrsr.....essa foi péssima...

sábado, 10 de julho de 2010

Adesão ao tratamento psicológico e psiquiátrico

Já falei da minha monografia aqui no blog...então vou colocar um resumão dela....penso que o tema é muito interessante....

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR, 2002), classifica adesão ao tratamento como uma das condições primordiais na atenção clínica. Adesão é definida como um comportamento complexo (ter que seguir horários, dietas, fazer exames periódicos, etc) que inclui não só as características do paciente, mas também do clínico e das estratégias de tratamento utilizadas. Em geral, a não adesão ao tratamento envolve muitos comportamentos: relutância em procurar ajuda, rejeição a procedimentos utilizados pelo profissional, não cumprimento das orientações, uso inadequado de doses e de medicações não recomendadas pelo psiquiatra, entres outros (Blackwell, 2000). Neste trabalho enfatizei a adesão ao tratamento nos transtornos de ansiedade.
Atualmente os índices de transtornos de ansiedade têm aumentado de forma significativa. Os transtornos de ansiedade são condições psiquiátricas prevalentes que determinam importante prejuízo funcional, piora na qualidade de vida do indivíduo e um enorme custo social. Para que esses pacientes tenham uma melhora na qualidade de vida é preciso que entendam sua doença e ocorra a adesão ao tratamento. O vínculo terapêutico é uma importante ferramenta do psicólogo para que o paciente tenha uma boa adesão ao tratamento A terapia comportamental é vista como o tratamento preferencial para os transtornos de ansiedade, pois utiliza diferentes estratégias para tratar os sintomas de ansiedade. Para a realização da minha monografia fiz revisão bibliográfica de vários artigos e de livros clássico. A pesquisa visou: 1 - contribuir para a compreensão de fatores que interferem na adesão ao tratamento em pacientes com diagnóstico de transtorno de ansiedade, identificando comportamentos que podem estar relacionados a esta dificuldade e 2 – apresentar procedimentos para aumentar a adesão ao tratamento psiquiátrico e psicoterápico.

Tabela 1 - Variáveis associadas a não-adesão


Tabela 2 -a Variáveis associadas a adesão



quinta-feira, 8 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Reforço positivo, reforço negativo e operação estabelecedora

Ontem recebi minha monografia corrigida, a nota e os comentários da minha supervisora foram muito reforçadores para mim; estes reforçadores me motivaram ainda mais a pesquisar sobre o assunto.
Opa!!! Por que ela está falando isso? Porque nesta situação temos pelo menos dois conceitos importantes da Análise do Comportamento (AC): reforço e motivação; motivação em termos comportamentais chamamos de operação estabelecedora (OE).
Mas vamos por partes....começarei falando sobre reforço. O reforço pode ser qualquer evento que aumente a freqüência de uma reação precedente (Myers, 1999). Desta forma, o reforço pode abranger uma série de ações, como um elogio, uma salva de palmas, no meu caso a boa nota e os elogios.
Entretanto, existem dois tipos básicos de reforço, o positivo e o negativo.
Reforço positivo é o que recompensa um dado comportamento de modo a aumentá-lo. Por exemplo, no experimento da Caixa de Skinner, com um rato privado de água, é liberada uma gota de água quando o rato pressiona a barra, nesse caso a água é o reforço positivo, pois estimula a resposta de pressão à barra. O comportamento é emitido visando à APRESENTAÇÃO do reforço (no caso a água). Para a maioria das pessoas atenção, dinheiro e reconhecimento funcionam como reforço positivo.
O reforço negativo é capaz de fortalecer uma reação quando REMOVE algum tipo de estímulo aversivo. Voltando a Caixa de Skinner o rato recebe choques elétricos e quando pressiona a barra os choques cessam, nesse caso os choques servem de reforçadores negativos, pois aumentou o comportamento de pressão à barra com finalidade de remover o choque. IMPORTANTE: o reforço negativo não tem um caráter punitivo, apesar de muitos pensarem que sim. Ele é justamente a REMOÇÃO de um evento punitivo. Eu estudo, pesquiso bem o assunto para eliminar um evento punitivo, ou seja, nota ruim.
Até aqui tudo bem neh...mas e essa Operação estabelecedora (OE) qual a relação dela com o conceito de reforço???Penso que estão relacionadas sim, porque uma OE é uma operação que altera o valor reforçador de uma conseqüência e que modifica a probabilidade de ocorrência de comportamentos relacionados a estes estímulos. Hããaa??? Calma....eu também demorei a entender esse conceito, mas façam a seguinte associação OE = motivação. Uma nota alta, um elogio não te motiva? Não te reforça a continuar se comportando de tal maneira?? Os comentários, a boa nota foram reforços positivo e isso me motivou a continuar pesquisando (quem sabe transformá-lo num mestrado).
Operações estabelecedora são consideradas como operações motivacionais, definidas como sendo eventos ambientais, operações, ou condições de estímulos que possuem duas propriedades combinadas: a) afetam um organismo pela alteração momentânea na efetividade reforçadora ou punitiva de um outro evento e b) alteram momentânea a força daquelas partes do repertório do organismo que foram reforçadas ou punidas por esses eventos. A primeira é considerada como sendo uma propriedade alteradora de repertório (ou estabelecedora), por modificar o valor de um reforço ou de um estímulo punitivo. Por exemplo, a privação de alimento é uma operação estabelecedora (OE) que aumenta o valor reforçador do alimento, ou seja, torna-o momentaneamente mais efetivo como reforço. Uma operação estabelecedora pode também diminuir o valor de um reforço, como é o caso da operação de saciação (satisfação). Portanto, existe uma implicação de bidirecionalidade no que se refere ao efeito alterador de repertório. A segunda é a propriedade evocativa que também tem implicação bidirecional, pois ela pode ter efeito na direção oposta, suprimindo comportamentos. Por exemplo, a privação de alimento evoca os comportamentos que no passado produziram alimento e a operação de saciação suprime esses comportamentos. Devido ao fato de as operações estabelecedoras atuarem sobre a relação de contingência do comportamento operante, pode-se observar que, além de evocarem o comportamento, elas alteram a efetividade do estímulo discriminativo evocar os comportamentos que foram reforçados ou punidos em sua presença e tornam mais prováveis as respostas mantidas por reforçadores condicionais relacionados aos reforçadores incondicionais.

HAYDU, Verônica Bender. O que é operação estabelecedora?. In: COSTA, Carlos Eduardo; LUZIA, Josiane Cecília; SANT’ANNA, Heloísa Helena Nunes. (Org.). Primeiros Passos em Análise do Comportamento e Cognição. Santo André, 2004, v. 2, p. 59-66.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Pensamentos automáticos

O QUE SÃO PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS?
Os pensamentos automáticos são um tipo de pensamento que influenciam o comportamento. São palavras e imagens que surgem em nossas mentes ao longo do dia, enquanto fazemos coisas. Por exemplo, imagine que você está sentada num ônibus lotado (ninguém merece neh!!!). De repente, você começa a notar que um homem parado a sua frente está com os olhos parados nas suas pernas. Ele não olha para mais nada. Ele está estático e com o olhar fixo na direção das suas pernas. Reflita sobre cada um dos seguintes pensamentos e observe o comportamento que viria a seguir se estes fossem os seus pensamentos.
Conseguiu observar como você se comportaria se tivesse os pensamentos 1, 2 e 3?
O seu comportamento variou dependendo do pensamento que você teve?
Vamos lá, vou colocar meus exemplos.
O modo como uma pessoa pensa uma situação é que vai determinar o que ela vai ter como comportamento, reação e emoção.

A VIDA MUDA QUANDO NOSSOS PENSAMENTOS MUDAM!!!

Referência: A mente vencendo o humor: mude como você se sente, mudando o modo como você pensa (Dennis Greenberger e Christine A. Padesky)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Técnicas cognitivo-comportamentais

O ditado popular “quando a ferramenta que temos na mão é um martelo, tudo à nossa frente vira um prego”, reflete uma das leis mais fundamentais do comportamento, que é a lei do reforço: se o martelo já foi usado alguma vez para fixar pregos, e prestou-se para isto, é quase fatal que se tente utilizá-lo de novo, quando se quiser fixar alguma coisa (mesmo que essa coisa não seja um prego). Esta lei torna-se mais imperiosa quando não se tiver nada melhor do que o martelo para se utilizar como ferramenta. Talvez seja isto que esteja acontecendo com as técnicas derivadas das pesquisas feitas por analistas do comportamento. Com a urgência de solucionar uma gama de transtornos para os quais não se tinha respostas eficazes, o aparecimento de algumas técnicas pode ter gerado uma tendência a utilizá-las indiscriminadamente.
Algumas técnicas utilizadas:
• Relaxamento muscular progressivo
• Controle da respiração
• Dessensibilização sistemática
• Treino de habilidade social (THS)
• Treino de assertividade
• Exposição
• Reestruturação cognitiva
As técnicas comportamentais são boas, são válidas, são úteis. Mas precisam ser empregadas num contexto terapêutico, e seu emprego ser decorrente da análise funcional, formulada por um profissional habilitado para isto. Não podemos deixar que as pessoas transformem tudo em prego, só porque lhes demos um martelo.

Fonte: TÉCNICAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS E ANÁLISE FUNCIONAL (Roberto Alves Banaco)

domingo, 4 de julho de 2010

Pense nisso...8

Ainda que Skinner considerasse importante levar em conta as diferenças entre os alunos de um mesmo professor, o behaviorismo se baseia fundamentalmente na previsibilidade das reações aos estímulos e reforços. Seus objetivos educacionais buscam resultados definidos antecipadamente, para que seja possível, diante de uma criança ou adolescente, projetar a modelagem de um adulto. Você considera importante, como professor, saber de antemão exatamente o que deseja de seus alunos? É possível planejar o aprendizado em detalhes?

sábado, 3 de julho de 2010

Como trabalha o terapeuta comportamental?

Muitos me fazem essa pergunta: Como é o trabalho do AC (Analista do Comportamento)?
Então aqui vou tentar escrever um pouco sobre o trabalho do AC.
As pessoas associam com os ratinhos das aulas de experimental... dias atrás arrepiei com o que me falaram.... tudo bem que foi uma pessoa leiga que falou, mas doeu ouvir, me falaram que a TCC não é psicologia para gente, é mais psicologia para animal....Hãaa...que isso gente!!! "Psicólogo comportamental não tem máquinas de MM's na sala e cada vez que o cliente emite um comportamento adequado solta um MM's" e muito menos um botãozinho debaixo da sua mesa que emite choque na cadeira do paciente cada vez que este emite comportamento inadequado (essa frase ouvi numa das aulas que tive com a Mariangela, e é a mais pura verdade); ok. reforçamos e às vezes punimos (negativamente) nossos pacientes, mas lidamos com o ser humano, lidamos com sentimentos, pensamentos. Para nós pensamentos e sentimentos são considerados comportamentos, e temos acesso a eles através do relato verbal do paciente. O terapeuta comportamental entende que o cliente é único e seus problemas ou dificuldades são produto de uma história particular. Isso humaniza o processo de terapia, pois busca-se entender cada cliente e cada história, antes de propor qualquer intervenção. O terapeuta comportamental trabalha com base em pressupostos filosóficos, raciocina com base em princípios do comportamento (conceitos como reforçamento, extinção, etc.), faz uso de uma ferramenta conceitual chamada análise funcional do comportamento, identifica a tríplice contingência. Na análise funcional, o terapeuta faz um levantamento criterioso das variáveis (eventos, acontecimentos) que estejam funcionalmente relacionados aos comportamentos desejáveis e indesejáveis do cliente. Tendo este entendimento, que nem sempre é fácil, é possível propor uma estratégia eficaz no alcance do bem-estar e da melhora. “Combate-se” os comportamentos-problema e busca-se instalar e aumentar a freqüência de comportamentos adequados ao contexto, desejáveis, funcionais e geradores de satisfação e felicidade.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Comportamento assertivo

Já postei anteriormente sobre assertividade, na verdade foi um vídeo que coloquei e agora vou falar um pouquinho sobre esse comportamento.

COMPORTAMENTO ASSERTIVO é o nome dado a uma classe de comportamentos que tem a função de:

  • expressar sentimentos (bons ou ruins) de forma tranquila

  • afirmar-se sem ansiedade excessiva

  • defender os direitos sem agressividade desnecessária e sem negar os direitos dos outros
Quando nos comportamos somos o EMISSOR e com quem interagimos é o RECEPTOR.
O emissor que emite comportamento assertivo valoriza-se, expressa-se, sente-se bem, escolhe por si e atinge seus objetivos; o receptor sente-se bem, valoriza-se e reforça o emissor.
O oposto do comportamento assertivo temos o comportamento não-assertivo, onde o emissor nega seus direitos, fica inibido, fica ansioso e não atinge os seus objetivos consequentemente o receptor sente culpa ou raiva, deprecia o emissor e atinge os objetivos à custa do emissor.
Temos ainda o comportamento agressivo. O emissor com tal comportamento valoriza-se à custa dos outros, expressa-se, deprecia os outros, escolhe para os outros e atinge os objetivos ferindo os outros; o receptor sente culpa ou raiva e emite comportamento de fuga/esquiva.
Muitos de vocês conhecem pessoas não-assertivas, agressivas e assertivas, eu mesma era uma pessoa não-assertiva mas aprendi a ser assertiva. Ser assertivo é um processo de aprendizagem. Alguns aprendem rapidamente, outros precisa de mais tempo para aprender, mas a recompensa é grande e o processo não é, de fato, tão difícil.

Indico um livro interessante que trata desse assunto.

Falo? Ou não Falo? - Expressando sentimentos e comunicando idéias
Autores: Fátima Cristina de Souza Conte e Maria Zilah da Silva Brandão, Ed. Mecenas





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