sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sob controle das contingências

Hoje é o último dia do ano. 2011 bate a nossa porta e nessa época do ano, as pessoas (eu inclusive..rs) fazem um balanço do ano que passou e "promessas" para o ano que esta por vir.
No nosso dia-a-dia não damos importância para esse "tal balanço".
Quando eu era adolescente costumava fazer um diário e sempre que o mês terminava eu revisava alguns pontos e colocava no novo mês as minhas "pendências", por um lado meu comportamento estava sendo controlado por esse diário.
Querendo ou não nosso comportamento está sob controle das contingências que se criam nessa restinho de ano. É pouco provável que você pense em fazer esse balanço no meio do ano, ou no mês do seu aniversário. É raro encontrar alguém que faça isso hoje em dia.
Resolvi falar disso hoje porque tenho tido contato com pacientes no meu consultório que se queixam sobre falta de tempo, falta de organização, vontade disso, vontade daquilo. Muitos relatos como: - "mês que vêm vou fazer isso...." ou "Quero comprar tal coisa" e ainda "Voltarei a estudar, nem que seja em casa". Essa semana muitos deles chegaram até mim e falaram: - "Nossa já é ultima semana do ano e não fiz nada do que havia proposto fazer, que fracasso...já vou começar o ano novo com dívidas....
Para começar o ano sem dívidas que tal começar a fazer este balanço mensalmente???? 
Faça uma hierarquia de suas metas para 2011.
Com cautela é claro, nada de se punir se não conseguir cumprir o prometido.  



Fica aí a dica....apenas uma dica ok.....FELIZ 2011!!!!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O que é memória?

Memória é um termo. Não é um fenômeno comportamental. Pode-se, porém, dar o nome de memória a determinada classe de fenômeno comportamental. Usa-se o termo memória nas condições em que o SD, sob o qual a resposta discriminativa foi instalada e que usualmente evoca tal resposta específica, não está presente no momento em que a dada resposta é emitida. Por exemplo, após ler repetidamente uma poesia, a pessoa a verbaliza corretamente na ausência do texto. Diz-se, então, que ela tem "boa memória". O fenômeno comportamental consiste em emitir a resposta na ausência do SD textual, tendo havido exposição prévia à seguinte contingência:
1. a. instrução verbal, tal como: "João, quero que você decore e declame esta poesia na festa do dia das mães. Você topa?";
2. b. exposição ao texto da poesia;
3. c. emitir a resposta de leitura sob controle dos SDs textuais (poesia escrita) e repetir unidades (arbitrárias, tais como uma palavra ou um verso, e assim sucessivamente), na ausência do SD textual até ocorrer o esvanecimento total (fading out) do texto e a pessoa verbalizar a poesia toda;
4. d. conseqüência social, potencialmente reforçadora (Sr+) contingente à emissão, sob tais condições, de unidades progressivamente maiores do texto a ser memorizado... até a recitação total da poesia.
A emissão da resposta oral na ausência do SD textual coloca uma questão: o que controla, ou seja, qual é o antecedente da resposta? Pode-se propor duas alternativas:
1. a. a pessoa vê (e conseqüentemente lê) o texto na ausência do texto (na linguagem cotidiana diz-se que ela imagina, isto é, produz uma imagem do texto). Está, portanto, sob controle de SDs encobertos produzidos pela própria pessoa);
2. b. a verbalização da pessoa é uma cadeia de comportamentos na qual a palavra que antecede a palavra emitida tem função de SD para a emissão da palavra verbalizada, e a palavra que se segue a ela tem função de conseqüência reforçadora positiva para a resposta emitida.
O procedimento típico para se investigar experimentalmente aquilo que se denomina de memória é o de comparação ao modelo (matching-to-sample), no qual o estímulo modelo é apresentado durante um tempo específico e, então, removido. Em seguida, são apresentados os estímulos de escolha. Cabe ao sujeito experimental emitir o comportamento de escolher o estímulo que se iguala ao modelo apresentado que não está mais presente. O atraso entre a remoção do estímulo modelo e a apresentação dos estímulos de escolha é uma das variáveis a serem investigadas.
Os fenômenos neurofisiológicos subjacentes que ocorrem durante a emissão da resposta, à qual se dá o nome de memória, não são objeto de estudo nem de análise ou de manejo do analista de comportamento, não obstante ele possa se interessar por tais fenômenos.
Que procedimentos podem melhorar a "memória"? Há várias possibilidades. Neste texto, vou me ater a um exemplo. Suponha que uma criança vai ao zoológico com o pai e se detém diante da gaiola dos macacos. O comportamento do garoto, de observar os macacos (de ficar sob controle dos macacos), pode ser ampliado com a ajuda do pai, se ele fizer comentários para o filho, tais como: "Veja, filho: o macaco está tirando a casca da banana... Agora, está comendo a banana. Ele faz como a gente!"; "Olhe como ele fica dependurado no galho pelo rabo, sem usar as mãos!" etc. O pai emite tactos verbais sob controle de ações e características do macaco e, com o auxílio de sua verbalização, (por exemplo, fazendo fading out da descrição daquilo que o macaco está fazendo e introduzindo questões tais como: "Olhe! O que ele está fazendo com as mãos?" etc.) altera gradualmente aquilo que controla o comportamento verbal do filho: transfere o controle exercido por sua própria verbalização para as ações do macaco. Espera-se que, com as deixas verbais do pai, o menino verá mais coisas na gaiola do que se o pai permanecesse em silêncio. O que seria apropriado ao chegar em casa (ou seja, na ausência do macaco)? Que a criança fosse orientada a emitir respostas sob controle do macaco na ausência do macaco. Assim, por exemplo, pode-se dizer para o filho: "Conte para a mamãe o que você viu no bosque." (espera-se que a mãe olhe para o filho e aumente a probabilidade de ele narrar o que viu: "Oba, filho! Conte para a mamãe quem estava o bosque.") É uma maneira de treinar a "memória", ou seja, de emitir a resposta na ausência do SD original (no presente exemplo, as ações do macaco). Caso a criança tenha dificuldades de iniciar a verbalização, o pai pode auxiliá-la, dividindo o episódio observado em unidades menores, tais como: "Quem estava dentro da gaiola?"; "O que o macaco estava comendo?"; "Com que parte do corpo se dependurou no galho?" etc. Se o procedimento descrito for usado sistematicamente, o repertório de narrar eventos observados na ausência deles irá se ampliar e poderá ser evocado com questões bastante genéricas (por exemplo, "Como foi seu dia, filho?"), as quais poderão produzir relatos verbais detalhados e extensos sobre eventos que ocorreram há horas, até mesmo dias, que antecederam a narrativa.
O fenômeno comportamental, ao qual se atribui o termo "memória", abrange diversas classes comportamentais: descrever um evento passado, repetir nomes e datas, declamar trechos literários, dizer tabuadas etc. etc. As estratégias para levar uma pessoa a emitir respostas "memorizadas" também são variadas. Assim sendo, o leitor pode, a partir do exemplo apresentado, certificar-se de que existem análogos ao aqui apresentado para desenvolver a "memória" (consistente com a definição do termo proposta no início do texto) em diferentes contextos, com múltiplas classes de respostas, utilizando várias estratégias técnicas.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pense nisso...30

“As emoções são excelentes exemplos das causas fictícias às quais comumente atribuímos o comportamento. Corremos por causa do “medo”, brigamos por causa da “raiva”, ficamos paralisados pela “ira”, deprimidos pelo “pesar”, choramos porque estamos “tristes” (Skinner, 1953).

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Briga no metrô de SP

O que levam as pessoas a se comportarem dessa maneira?



Sentimento de justiça???
Sentimento de raiva???
Ok....a moça sentada estava errada, o lugar é de uso preferencial, mas a moça "brigona", por melhor que fosse sua intenção, não precisava ter se exaltado tanto.
Há mil maneiras de conseguir extinguir o comportamento inadequado  de outras pessoas. Uma dessas maneiras é ser assertivo(a).
Comportamento Assertivo é o nome dado a uma classe de comportamentos que tem a função de:
1. expressar sentimentos (bons ou ruins) de forma tranqüila;
2. afirmar-se sem ansiedade excessiva;
3. defender os direitos sem agressividade desnecessária e sem negar os direitos dos outros.

Na situação do metrô a moça tentou defender os diretos das pessoas "preferenciais", mas pecou na agressividade.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Papai Noel estimula a imaginação das crianças

Qual a criança que não conta os dias para a chegada do Papai Noel? São momentos de ansiedade e alegria, que mexem com a fantasia dos pequenos. E não pense que a contribuição do personagem só fica só com a explosão de alegria causada pelos presentes. "A fantasia do Papai Noel permite que a criança habite, por algum tempo, um mundo mágico, onde conceitos sobre o bem o mal, o certo e o errado são vividos e aprendidos de forma natural. Essa imaginação na infância permite que a criança desenvolva sua capacidade de enfrentar as dificuldades", explica a psicóloga infantil Jamille Nassar.
A fábula também consegue passar conceitos importantes para a vida adulta dessa garotada, como explica a psicóloga Ana Cristina Caldeira, especializada em Psicodrama e Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes e Adultos. "A lenda do Papai Noel é uma forma de transmitir à criança valores como solidariedade, doação, partilha, confraternização, reconhecimento e aceitação. São idéias que, associadas a uma história, podem marcar o desenvolvimento da personalidade da criança, gerando sensação de aprendizado, satisfação e conseqüentemente, alegria".

Papai Noel - Getty Images

Na hora da festa, os pais fazem o possível para colaborar com essa fantasia. Mas é preciso conseguir interagir com as crianças para garantir um resultado positivo, explicar a história de um modo que a criança entenda, só assim ela vai conseguir embarcar no conto. "É importante que as histórias sejam contadas de forma a respeitar a capacidade de compreensão e a inteligência infantis, oferecendo espaço para a contestação, a dúvida e a reflexão sobre o problema apresentado. Se uma história é utilizada com a intenção de persuadir, assustar ou controlar algum comportamento indesejado pelos pais, a mensagem pode transmitir uma falsa idéia de felicidade", diz Ana Cristina Caldeira.
O lado negativo
A fantasia do Papai Noel pode se tornar prejudicial para a garotada quando os pais ou adultos próximos não conseguem passar o conto do bom velhinho da maneira correta. "Sempre que a fábula surge de maneira forçada, as crianças acabam guardando como recordação uma história recheada de falsidade e mentira", diz a psicóloga infantil e especialista do MinhaVida Adriana Araujo. 
Papai Noel - Getty Images
Outro problema é que podem surgir prejuízos nas relações sociais das crianças, quando a lenda do Papai Noel é tratada como verdade absoluta. "Aos poucos, a criança começa a perceber indícios de que o personagem faz parte de uma lenda. Quando os pais notam a desconfiança, é hora de encaminhar o assunto de modo a fazê-la entender a fantasia", afirma Adriana. O importante é que a criança não se sinta enganada pelos pais, um sentimento que pode abalar a confiança da relação.
Chegou a hora de contar a verdade
Na hora de contar a verdade para o seu filho, evite ir direto ao ponto. O ideal é começar dando pistas, para que a própria criança descubra que se trata de uma fantasia. Quando ela já tiver reunido informações suficientes, você entra e conta a verdade. "A criança pode ficar frustrada ao descobrir sozinha que a figura que ela tanto sonhava não existe. Mas tudo pode ser resolvido de uma maneira simples com a interação dos pais, tentando ouvir as dúvidas da criança e lidar com as decepções", diz Ana Cristina Caldeira.
Não é muito difícil descobrir que está chegando o momento de desvendar o mistério do Papai Noel, basta observar algumas atitudes do filhote, que os riscos de errar são praticamente nulos. "As perguntas que as crianças fazem, as suas observações sobre a história, situações que evidenciam esta questão são sempre oportunidades para revelar a verdade. Mas os pais precisar ter em vista que, na infância, a magia e a realidade se confundem", diz a psicóloga Ana Cristina Caldeira.

Artigo original aqui

sábado, 25 de dezembro de 2010

O PLANETA BEHAVIOR DESEJA A TODOS UM

Que as contingências de reforçamento (+) disponibilizadas especialmente nesta época do ano, sejam bem aproveitadas por todos vocês!!!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Tentativa de suicídio entre pacientes com uso nocivo de bebidas alcoólicas internados em hospital geral

Suicídio e uso nocivo de álcool encontram-se associados, como demonstram estudos retrospectivos e prospectivos de coorte e pós-morte reunidos em uma revisão. Indivíduos que abusam ou dependem do álcool têm ideação suicida mais frequentemente e risco mais elevado de tentativas de suicídio, assim como para a consumação do ato em si. O uso nocivo de álcool e a dependência alcoólica associam-se frequentemente a outras doenças psiquiátricas.
Estudo populacional realizado nos Estados Unidos utilizando uma amostra de 20 mil indivíduos em cinco cidades aponta que, dentre as pessoas com um diagnóstico de transtorno psiquiátrico, um terço tem um segundo transtorno, enquanto, entre os dependentes de álcool, a proporção de comorbidade psiquiátrica atinge 47%. O alcoolismo encontra-se fortemente associado a um histórico de tentativas de suicídio e ambos, a suicídio consumado.

Clique aqui para ler o artigo completo

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Psicopatia ou sociopatia (parte 5)

Transtornos de personalidade, psicopatia e serial killers.

A classificação de transtornos mentais e de comportamento, em sua décima revisão (CID-10), descreve o transtorno específico de personalidade como uma perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo. Tal perturbação não deve ser diretamente imputável a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um outro transtorno psiquiátrico e usualmente envolve várias áreas da personalidade, sendo quase sempre associada à ruptura pessoal e social. Os transtornos de personalidade (TP) não são propriamente doenças, mas anomalias do desenvolvimento psíquico, sendo considerados, em psiquiatria forense, como perturbação da saúde mental. Esses transtornos envolvem a desarmonia da afetividade e da excitabilidade com integração deficitária dos impulsos, das atitudes e das condutas, manifestando-se no relacionamento interpessoal. De fato, os indivíduos portadores desse tipo de transtorno podem ser vistos pelos leigos como pessoas problemáticas e difícil relacionamento interpessoal. São improdutivos quando considerado o histórico de suas vidas e acabam por não conseguir se estabelecer. O comportamento é muitas vezes turbulento, as atitudes incoerentes e pautadas por um imediatismo de satisfação. Assim, os TP se traduzem por atritos relevantes no relacionamento interpessoal, que ocorrem devido à desarmonia da organização e da integração da vida afetivo-emocional. No plano forense, os TP adquirem uma enorme importância, já que seus portadores se envolvem, não raramente, em atos criminosos e, conseqüentemente, em processos judiciais, especialmente aqueles que apresentam características anti-sociais.

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Jogar videogame faz mal à criança?


Entrevista concedida pela psicóloga Anna Paula Badelino, do ITCR-Campinas, ao jornal Bom Dia, de Jundiaí-SP:

1. Jogar videogame é algo necessariamente negativo para uma criança? Em que sentidos os jogos eletrônicos podem ser positivos?
Jogar vídeo game não é necessariamente negativo. Do ponto de vista comportamental, esta atividade pode proporcionar momentos de interação social que ajudam a desenvolver, por exemplo, a tolerância à frustração e a sensibilidade ao outro. Além disso, mesmo quando jogado sozinho, o vídeo game pode contribuir para o desenvolvimento da coordenação motora fina e da concentração.

2. Pais que se preocupam com seus filhos devem observar o quê para saber se os jogos estão fazendo bem ou mal às crianças?
Os pais devem observar como as crianças reagem aos jogos: se ficam agressivas, se passam a cooperar mais entre si, se ficam isoladas no quarto ou se juntam a turma para jogar.

3. Existe um período adequado por dia para a criança passar em frente ao videogame? Que sinais os pais devem observar para saber se está havendo abuso?
Quando as crianças deixam de fazer suas atividades diárias para ficar jogando o dia inteiro, os pais devem se preocupar e limitar o uso do vídeo game. Na psicoterapia infantil, muitas vezes usamos o tempo disponível para o vídeo game como um instrumento contingente ao cumprimento de regras. Assim, a criança pode conquistar mais tempo no vídeo game, se ela fizer a lição de casa, por exemplo.

4. Podemos dizer que é mais "saudável" para uma criança passar uma hora jogando um game que estimule seu raciocínio (os de estratégia, por exemplo) do que passar a mesma hora jogando um game de violência gratuita?
Sim, pois quando as crianças jogam um game do primeiro tipo, elas aprendem a solucionar problemas, ampliam o seu repertório, aumentam a variabilidade comportamental, ao invés de somente observarem e possivelmente imitarem a violência.

5. Jogar videogame em excesso pode provocar algum tipo de transtorno ou distúrbio? Existe algum caso de problemas psicológicos sabidamente provocados pelo videogame?
Jogar vídeo game em excesso pode atrapalhar quando a criança deixa de fazer outras atividades que seriam importantes para o seu desenvolvimento, como atividades ao ar livre, contato com outras crianças ou os estudos.



Hoje em dia os videogames estão super avançados, que estão sendo utilizados para saúde, para tratamento de algumas fobias, etc....Você não fica mais sentado(a) horas a fio, tentando "estourar uma fita", como se dizia no meu tempo de criança, rs...hoje você precisa se movimentar.
Olhe este exemplo logo abaixo, o que antes você só fazia na academia, agora você pode fazer no conforto de sua casa. Ir à academia é um ótimo exercício de interação social, se puder prefira ir a uma academia; mas e quando a chuva atrapalhar??? ou ser final de semana, quando normalmente as academias não abrem??? Esses games são ótimas alternativas.




segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um "bom" menino pode ser influenciado por um “mau” menino?

Podemos dizer que um amigo pode sim “desencaminhar” o outro, mas mais importante do que apontar, dizer que um amigo é má companhia para seu filho, é entender o porquê isso está acontecendo. Por exemplo, um adolescente que está inserido em um grupo de amigos que transgride leis sociais será imediatamente reforçado por eles (será acolhido, receberá elogios, terá uma função no grupo, verá a chance de ser um líder) quando emitir algum comportamento dessa classe de “transgressão”, como agredir uma pessoa, participar de rachas, cometer um assalto, usar algum tipo de droga ilícita, entre outros. Porém, ter contato com esses amigos não é suficiente para o adolescente se tornar um transgressor, é preciso analisar as contingências que estão operando nesse caso. Considerando que comportamentos e sentimentos são frutos de contingências de reforçamento, é necessário entender que situações, eventos, companhias aumentam a probabilidade (antecedentes) de o adolescente emitir um comportamento inadequado (resposta) e o que está mantendo a emissão desse comportamento (conseqüente).
Em primeiro lugar é importante investigar as características da família, pois algumas questões podem influenciar a escolha do caminho percorrido pelo adolescente. Assim, podemos averiguar se a família é afetuosa, acolhedora, impositiva, permissiva, agressiva, entre outras características. Essas características podem nos mostrar que a família exerce um controle muito rígido sobre o adolescente que acabou desenvolvendo um repertório inassertivo e, conseqüentemente, não soube dizer “não” para os amigos que o estavam incentivando a cometer alguma transgressão, por exemplo. Ou, pelo contrário, uma família muito permissiva que nunca impôs limites para o adolescente, que sempre pode fazer tudo o que queria, sem nenhuma restrição, aumenta a probabilidade de o jovem se aventurar por caminhos perigosos, sem avaliar e nem se responsabilizar pelas consequências danosas de seus atos (em geral, as consequências aversivas de um ato delinquente ocorrem com atraso considerável, enquanto que as consequências reforçadoras positivas, tais como aprovação e admiração dos membros do grupo, seguem-se imediatamente à emissão do comportamento).
Além disso, identificar a função desse comportamento também é fundamental para que o psicoterapeuta possa trabalhar com o seu cliente e sua família. Muitas vezes a função pode ser de contracontrole do adolescente perante o controle rígido exercido pela sua família. Na relação entre pais e filhos o controle é inevitável, porém o seu excesso pode ser prejudicial fazendo com que o controlado (adolescente) busque reforços que só estão disponíveis em outros ambientes, contextos (contracontrole), muitas vezes os conseguindo de formas inadequadas. É preciso entender o porquê o ambiente inadequado oferecido pelos amigos está sendo mais “reforçador” do que o familiar.
A família é o modelo de convivência mais importante no qual a criança é inserida desde quando ela nasce. É em um ambiente de afeto e limites que se espera que a criança desenvolva sentimentos de autoestima, autoconfiança, empatia, responsabilidade, tolerância à frustração. Além disso, é com a família que a criança aprende valores morais e padrões adequados de conduta que darão condições a ela de lidar com as influências que irá receber dos companheiros ou de outros ambientes que terá contato. Seguir os amigos, deixar-se influenciar por eles ou resistir a possíveis influências negativas do grupo social é o resultado da interação entre a influência familiar e a influência do mundo externo à família. Assim, um “bom” menino pode ser influenciado por um “mau” menino; mas o inverso pode prevalecer: o “bom” menino pode influenciar o “mau” menino.

Autoria do texto: Ana Regina Lucato Sigolo
  

domingo, 19 de dezembro de 2010

Piadinha...

Os psiquiatras dizem que:
"...uma em cada quatro pessoas tem alguma deficiência mental..."
Fique de olho em três dos seus amigos. Se eles parecerem normais, o retardado é você!!!


sábado, 18 de dezembro de 2010

Melhor prevenir do que remediar!!!



Neste experimento (ratinho na caixa) podemos observar pelo menos 4 conceitos: reforçamento negativo, punição, fuga e esquiva.
Reforçamento negativo (fazer algo para remover um estímulo aversivo) - rato pressiona a barra.
Punição (parar de fazer algo para que o estímulo aversivo não reapareça) -  rato não anda pela caixa, não se arrisca a sair de perto da barra.
Fuga (fazer algo para se livrar do aversivo) - o rato pressiona a barra para eliminar o choque.
Esquiva (evitar o aversivo, antes mesmo dele acontecer) - o rato mantêm a barra pressionada.


O rato aprendeu a desligar o choque pressionando a barra; ele criou o comportamento de não se arriscar a sair de perto da barra.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ALCOOLISMO X ADOLESCENTE: UMA PARCERIA EXPLOSIVA

O álcool está presente na maioria das comemorações, e muitos acreditam que tomar um porre é uma travessura adolescente sem maiores conseqüências. Mais que isso, em algumas culturas, o primeiro porre é considerado rito de passagem.
Oito a dez por cento da publicidade da TV anuncia bebidas alcoólicas, em especial em programas esportivos e voltados para os Jovens. Ao mesmo tempo as bebidas alcoólicas são o sexto produto mais divulgado na publicidade. Oitenta por cento dos adolescentes já beberam uma vez na vida segundo pesquisa realizada pela UNICEF.
Outra pesquisa desta mesma instituição aponta que 33% de alunos de ensino médio fazem consumo excessivo do álcool, pelo menos uma vez por mês, bebendo grandes quantidades em curto espaço de tempo.
O consumo de álcool começa em média aos 12 anos, e muitas vezes no próprio lar. Muitos desses jovens vêem os pais embriagados. Estes dados reforçam a idéia de que a bebida alcoólica faz parte do universo do adolescente e dos adultos cotidianamente, sendo seu abuso tolerado e muitas vezes não combatido até que as conseqüências se tornam tão visíveis que não se pode ignorá-las.
Essas conseqüências no adolescente são principalmente:
  • Diminuição do aproveitamento escolar.
  • Perda do interesse em atividades próprias da idade como namorar, pratica de esportes.
  • Crises de ansiedade, pânico e quadros depressivos.
  • Alterações orgânicas importantes, tanto neurológicas, quanto do fígado e pâncreas.
  • Ganho de peso.
Como aponta a Dra. Ana Beatriz Barbosa e Silva: “ cada porre com aqueles brancos do que ocorreu no dia anterior, custa ao cérebro a morte de alguns milhares de neurônios. Isso em longo prazo é capaz de reduzir toda a capacidade cognitiva, produtiva e executiva de uma pessoa”.
Mais grave ainda é o fato de que quanto mais longo é o histórico de consumo, mais profundos e difíceis de cuidar são os problemas decorrentes do abuso, tanto físicos quanto psicológicos. Por isso é importante a atenção dos pais e das instituições de ensino ao comportamento do jovem e seu grupo de amigos.
O alcoolismo tem sim um componente genético, sendo comprovado em diversas pesquisas científicas, tanto em âmbito nacional e internacional. Assim famílias com ancestrais que tiveram problemas com álcool devem ter cuidado redobrado com seus jovens, pois eles tem 50% mais chances de ter problemas com o consumo de álcool.
Caso seja diagnosticado no jovem um problema ligado ao consumo excessivo de álcool, o primeiro passo para o tratamento é uma mudança dos hábitos familiares do consumo de bebidas: é necessário que o álcool se torne menos presente no cotidiano dessa família e conseqüentemente desse adolescente.
Mais que isso, é fundamental que esse jovem repense sua relação com o álcool, e o melhor caminho para isso é sempre um processo psicoterápico de qualidade, seja individual ou em grupo.
O processo psicoterápico é de grande valia para o entendimento da relação entre o grupo ao qual esse adolescente pertence e o álcool, e mais que isso qual a importância desta substancia nas suas relações interpessoais. Num segundo momento a psicoterapia pode ajudar em muito esse jovem a entender e modificar a sua relação pessoal com o álcool.
A mudar essa relação com o álcool e o conseqüente entendimento do efeito desta substancia, como elemento presente nas relações interpessoais, leva inevitavelmente à mudança de conduta frente ao consumo da bebida.

Autoria: Dr. Diego Amadeu Batista Bragante

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Afinal, o que querem as mulheres???





[flores.jpg]
 
Realmente, nós, mulheres somos difíceis.....mas somos dóceis, frágeis e amorosas. Somos verdadeiras princesas do mundo contemporâneo.
Queremos tudo de bom. Queremos ter atenção. Queremos ser únicas. Queremos ser bem sucedida. Queremos ser mãe. Queremos ser amiga. Queremos ser livres. Queremos ser felizes....
Para que alcancemos essa tal felicidade precisamos analisar as  variáveis ambientais presentes (tanto externas como internas), precisamos buscar reforçadores.....
Nem Freud conseguiu explicar o que queremos...enfim....Mas e os homens??? será que lá no fundo, bem no fundo...rs... eles também não desejam tudo de bom, não querem ser únicos, não querem ser bem sucedidos, não querem ser felizes????

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Alteração de datas na ABPMC 2011



A próxima edição do Rock in Rio está agendada para 23 a 30 de setembro de 2011, período no qual a ABPMC havia programado a realização do XX Encontro. Acreditando que a coincidência de datas poderia ocasionar problemas para deslocamento dos participantes de algumas regiões, bem como um aumento no custo das passagens aéreas, a equipe da ABPMC, decidiu alterar a sua data para os dias 07 a 10 de setembro de 2011, para que todos tenham as melhores condições para participar do XX Encontro.

Maiores informações em: http://www.abpmc.org.br/index.htm


Possibilidades da análise dos sonhos na terapia comportamental

Freud (1900/1996) popularizou o uso da análise de sonhos para fins psicoterapêuticos. Apresentou os sonhos como uma maneira de satisfazer desejos inconscientes. Para o autor, os sonhos são entendidos como atividades mentais oriundas de instâncias psíquicas governadas por leis próprias. Em contraste, para Skinner (1974/1993b), os sonhos são comportamentos privados e podem ser compreendidos como comportamentos de ver, mais especificamente de ver na ausência da coisa vista. O ver na ausência da coisa vista é resultado de contingências que não estão presentes no momento do sonhar, mas que afetaram os repertórios de ver do cliente de maneira importante.
Ao considerarmos que o indivíduo constrói seu universo da mesma forma quando acordado ou sonhando, devemos considerar também que seu comportamento de ver deveria estar evidente tanto no dia a dia quanto nos seus sonhos. Porém, o mundo físico em torno da pessoa acordada determina em grande parte o que pode ser visto, em outras palavras, é importante fonte de controle do comportamento. Ao se eliminar esta fonte de controle durante o sono, maior liberdade é permitida. A história da pessoa, as emoções e as privações têm oportunidade de controlar de forma mais plena o comportamento de ver. Enquanto acordado, pressões sociais ou impossibilidade material podem evitar que sejam emitidos comportamentos que estão presentes com força no repertório do cliente. No sonho, ocorrem comportamentos que não seriam tolerados na vida real e outros que infringem as leis da física. Dessa forma, criam-se condições únicas para a observação de comportamentos que não ocorrem na vida real, mas mesmo assim trazem dicas sobre contingências que afetam o cliente (Vandenberghe, 2004).

Para ler o artigo completo clique aqui

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Medo de dirigir

O medo de dirigir é mais comum do que parece. Já ouvi vários relatos sobre esse medo.
Relatos como:
- Fico super ansioso(a) na prova prática. Meus pés ficam sem controle, minha perna treme. Meu coração dispara, fico quase sem ar.
- Eu travo ao colocar as mãos no volante. Minha mão parece que gruda no volante que não consigo nem ligar o carro.
- Eu transpiro tanto que minhas mãos escorregam pelo volante.
- É só eu passar perto da auto-escola que já começo a passar mal.

Eu ainda não atendi nenhum caso como esses, mas pelos relatos (de pessoas próximas) fiquei pensando em como a terapia cognitivo-comportamental poderia ajudar essas pessoas.
A terapia cognitivo-comportamental faz com que a pessoa supere seu medo ensinando-a a emitir novos comportamentos que possam modificar sua relação com o volante. O uso de técnicas de relaxamentos também podem auxiliar. O relaxamento quando bem realizado reduz consideravelmente os sintomas de ansiedade.
Não adianta colocar o paciente no carro e pedir para ele dirigir e falar que você estará ali para ajudar. O ideal é realizar junto ao paciente uma hierarquia de ansiedade para exercícios de enfrentamento no trânsito. A partir dessa hierarquia começar com técnicas de exposição gradual. 

A terapia para o medo de dirigir também trabalha a reestruturação cognitiva, em que o cliente identifica e modifica pensamentos irracionais em relação ao trânsito ou ao ato de dirigir.




Quando ouço: "É só eu passar perto da auto-escola que já começo a passar mal.” Temos um caso de condicionamento. Possivelmente, a auto-escola tornou-se um estímulo pré-aversivo, devido a uma história de condicionamento, o que explicaria a função do comportamento de esquivar-se do local.
Muitos instrutores indicam algumas medicações aos seus alunos, para que a ansiedade não atrapalhe na prova prática. Em alguns casos, o uso de medicação adequada ajuda a controlar os estados fisiológicos (taquicardia, sudorese, tremor, etc.). É importante ressaltar que o tratamento farmacológico poderá ajudar a amenizar os sintomas orgânicos, mas não modifica, nem instala novos comportamentos para lidar com determinada situação aversiva ou problema. No caso, não é a medicação que vai fazer você dirigir, não é a medicação que fará você ser aprovado na prova prática. O uso da medicação depende de cada caso e ela só pode ser indicada por um médico capacitado após uma avaliação.


Resumindo: A Terapia cognitivo-comportamental dispõe de várias técnicas que podem ajudar o paciente com medo de dirigir. Essas técnicas consistem em expor a pessoa, de forma cuidadosa e com avanços progressivos em pequenos passos, às condições ansiogênicas e desenvolver habilidades de manejo do veículo. Os resultados de tais procedimentos, aplicados por profissional qualificado, são altamente positivos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Psicopatia ou sociopatia (parte 3)

http://www.entertainmentwallpaper.com/images/desktops/movie/tv_dexter23.jpg

Órfão aos três anos de idade, Dexter Morgan é adotado pelo oficial de polícia Harry Morgan e sua esposa Doris. Após descobrir que o jovem Dexter esteve matando animais de estimação na vizinhança, Harry passa a ver o garoto como um psicopata, ensinando-o "O Código" como uma maneira de canalizar seus instintos violentos contra pessoas que "merecem". Neste código, as vítimas de Dexter devem ser assassinos que mataram inocentes, com propensão a continuar a fazê-lo. Dexter também deve reunir provas de que o criminoso é culpado. O aspecto mais importante, no entanto, é ele jamais ser apanhado. Diversos flashbacks durante a série mostram Harry, morto anos antes, instruindo Dexter em como parecer normal e cobrir seus rastros.
Dexter segue o código religiosamente para satisfazer seu Passageiro Sombrio (nome dado por ele a sua compulsão em matar) e, assim como muitos assassinos em série, guarda seus troféus: antes de acabar com um malfeitor, Dexter faz uma pequena incisão com um bisturi na bochecha direita da vítima e coleta uma amostra sanguínea, que ele preserva em uma lâmina de vidro e guarda em uma caixa escondida dentro de seu aparelho de ar-condicionado. Dexter é capaz de fingir emoções "normais" e manter sua fachada de bom amigo e vizinho prestativo. Ele desenvolve, contudo, alguns relacionamentos pessoais, cultivando uma afeição por sua irmã Debra. Ela desconhece o treinamento de Harry e os segredos de Dexter, sentindo por isso inveja do tratamento preferencial que seu pai deu ao filho adotivo. Como parte de seu "disfarce", Dexter namora uma mulher chamada Rita, traumatizada após anos de abuso nas mãos de seu ex-marido, Paul Bennet e, consequentemente, incapaz de qualquer intimidade com o atual namorado. Isto agrada Dexter, que acredita que tornar-se íntimo de Rita pode revelar a ela seu lado negro. Ele gosta de crianças em geral, mantendo assim uma boa relação com os dois filhos de Rita, Astor e Cody.





domingo, 12 de dezembro de 2010

Pense nisso...29

"Não é a função que os comportamentos do outro têm sobre você o que fundamentalmente importa. Fique focado nas funções que seus comportamentos têm sobre o outro. As mudanças comportamentais de seu companheiro serão, em grande parte, produto das mudanças dos seus próprios comportamentos. Comece por você." (Hélio José Guilhardi)


sábado, 11 de dezembro de 2010

Terapia por Contingências de Reforçamento

Abertas as inscrições para as turmas 2011 do Curso de Especialização em Psicologia Clínica Comportamental - Terapia por Contingências de Reforçamento (presencial ou on-line). 
Maiores informações clique aqui.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O sapo e o escorpião (psicopatia ou sociopatia - parte 2)

O escorpião aproximou-se do sapo que estava à beira do rio. Como não sabia nadar, pediu uma carona para chegar à outra margem.
Desconfiando, o sapo respondeu: "Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o seu veneno e eu vou morrer."
Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morreriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em suas costas e começou a nadar.
Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme.
Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porquê de tamanha crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
- Porque essa é minha NATUREZA!

Essa fábula ilustra bem a natureza de pessoas que sofrem desse transtorno: a psicopatia ou sociopatia.
Clara (Mariana Ximenes) de Passione, se tornou uma psicopata porque foi maltrada pela avó? Por que perdeu seus pais muito cedo? Por que teve uma infâcia difícil?
Não podemos atribuir o comportamento de psicopatas e esses eventos da vida. Se fosse assim, Kelly (irmã de Clara) provavelmente também seria uma psicopata ou sociopata. É importante destacar que ninguém vira psicopata da noite para o dia: eles nascem assim e permanecem assim durante toda a sua existência. Os psicopatas apresentam em sua história de vida alterações comportamentais sérias, desde a mais tenra infância até os seus últimos dias, revelando que antes de tudo a psicopatia se traduz numa maneira de ser, existir e perceber o mundo.  



Referência: Mentes perigosas - O psicopata mora ao lado.  Ana Beatriz Barbosa Silva

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Punição como agente educador???

"Um garoto de dez anos foi deixado no meio de uma rodovia a cerca de 2 km da escola, pelo transporte escolar, como punição por mau comportamento, nesta terça-feira (7), em Boituva (121 km de SP). A turma voltava de um ensaio do coral de Natal da cidade, que aconteceu em outra escola na região. De acordo com a Secretaria de Educação de Boituva, o menino teve mau comportamento, e o professor responsável chamou sua atenção. O garoto, segundo a secretaria, foi mal-educado com o professor. O motorista do ônibus também chamou sua atenção e decidiu colocá-lo para fora do veículo. O menino foi deixado na rodovia SP-129, que segundo a prefeitura é muito movimentada, com grande fluxo de caminhões. Tanto o professor quanto o motorista foram afastados, de acordo com a secretaria. O secretário de Educação da cidade, Márcio Pedro Marson, disse à Folha que conversou com o professor, que afirmou ter ficado sem reação no momento da expulsão do aluno e está arrependido. A Folha não conseguiu contato com o professor."

Punir desta maneira um garoto de 10 anos, não adianta em nada, muito pelo contrário, trazem mais consequências desagradáveis.

O que é punir?

Punir significa agir no ambiente, que tem como objetivo a interrupção imediata do comportamento inadequado.
Existe dois tipos de punição: Punição positiva e punição negativa.
Punição positiva, que diferente do que o nome parece sugerir, não tem nada de positivo. A punição positiva adiciona um estímulo aversivo no ambiente que interrompe imediatamente o comportamento inadequado da criança; é uma ação da mãe, do professor ou de algum responsável que faz com que o comportamento inadequado pare na mesma hora. No caso da reportagem acima, o comportamento inadequado do garoto foi interrompido, mas será que resolveu o problema????
Esse tipo de punição que o motorista e o professor deram ao garoto pode gerar traumas e outros problemas na criança.
O grande problema do uso da punição positiva é que ela apenas mostra à criança o que ela não deve fazer, mas não ensina o que ela deve fazer.
Usar a punição positiva como agente educador não é o mais indicado.
A punição negativa é um tipo de comportamento punitivo onde existe a retirada de um estímulo reforçador como punição a um comportamento inadequado. Como exemplo, podemos usar a situação onde a mãe retira a sobremesa do filho porque ele não comeu a salada, ou o pai que não dá mesada para o filho porque ele tirou nota baixa.
A punição negativa parece ser uma forma de lidar com comportamentos problemas mais eficaz que a punição positiva e menos aversiva para o processo de educação. É importante ressaltar que a criança deve estar sendo comunicada com clareza sobre os motivos que levaram a retirada de um estímulo importante para ela.
Os pais devem colocar limites; regras claras e específicas. E quando essas regras são quebradas, devem aplicar as penalidades já acordadas com os filhos, ajudando-os a fazerem a ligação entre o descumprimento da regra e a conseqüência disso. Eles precisam saber o motivo da punição aplicada.
O ser humano tem uma tendência a usar punição indiscriminadamente, suprimir uma resposta indesejável imediatamente é muito mais reforçador do que se utilizar de outras estratégias como a modelação e reforçamento diferencial que demoram mais tempo para fazerem efeito, mas que levam a mudanças mais duradouras. Em nossa cultura parece que é mais prazeiroso (e estimulado) punir à educar.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Boletim Contexto

O 33º número do Boletim Contexto já se encontra disponível para leitura no site da ABPMC.
Clique aqui para ter acesso ao boletim

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Punição, reforço negativo e extinção

A punição, o reforço negativo e a extinção são princípios básicos do comportamento que foram, inicialmente, observados em pesquisas experimentais em laboratório. Cada um desses conceitos se refere a procedimentos distintos. A punição é um procedimento que produz a diminuição da freqüência da resposta punida. Ela pode ser de dois tipos (positiva ou negativa) e essa distinção depende da conseqüência para a resposta punida. Se há um acréscimo de estímulo caracterizamos como positiva, e diferentemente disso, se a conseqüência é a retirada de estímulo dizemos que é negativa. Assim, a apresentação de um estímulo aversivo após a emissão da resposta é uma punição positiva e a retirada de um reforçador positivo após a ação do indivíduo é uma punição negativa. Quando uma criança desobedece a mãe, podemos verificar exemplos de punição. Se ao desrespeitar uma regra, a criança for consequenciada com palmadas terá tido sua resposta punida positivamente. Entretanto se, ao invés disso, a criança receber como conseqüência um castigo no qual ficará sem acesso ao videogame, ela terá tido sua resposta punida negativamente. A extinção se assemelha a punição, pois seu efeito principal também é a redução da freqüência da resposta. Na extinção, porém, o princípio é diferente: uma resposta, anteriormente reforçada positivamente, deixa de ser seguida por essa conseqüência e passa a ser ignorada. Por exemplo, ao avistar uma colega na rua, uma pessoa acena e, se não obtém resposta, tenta novamente. Caso ela seja ignorada mais uma vez, deixa de tentar. Podemos dizer, então, que o comportamento de acenar sofreu extinção. No reforçamento negativo uma resposta é consequenciada com a retirada de um estímulo aversivo e tem assim, sua freqüência aumentada. Um indivíduo, ao estar em contato com vento no rosto em um dia gelado, fecha a janela do carro para evitar o frio, por exemplo. O reforço negativo (o qual pode ser identificado como evento aversivo) é o vento frio.
Apesar de a punição, a extinção e o reforço negativo serem princípios comportamentais diferentes, eles se relacionam. A punição e a extinção são procedimentos que tem em comum o enfraquecimento da resposta, no entanto, produzem efeitos colaterais (basicamente sentimentos) diferentes. Assim, enquanto a punição enfraquece a resposta indesejada rapidamente e gera sentimentos de medo e ansiedade, a extinção tem seu efeito de supressão da resposta em longo prazo e gera frustração. Ambos podem gerar raiva e comportamentos de contracontrole. Além disso, a punição e o reforçamento negativo podem estar relacionados. Uma pessoa, ao ter uma resposta punida experimentará com isso, uma condição aversiva. Ela poderá, diante disso, emitir uma resposta de fuga/esquiva da situação que será reforçada negativamente pela retirada da condição aversiva. Assim, diante de uma punição, o indivíduo tem a possibilidade de emitir uma resposta que amenize a aversividade da punição ou a evite.
Há divergências relevantes sobre procedimentos e conceitos entre os analistas do comportamento ainda em debate. Para mencionarmos algumas: há autores (Skinner e Sidman) que excluem da definição da punição os efeitos comportamentais do procedimento (uma resposta produz um evento aversivo), enquanto outros (Azrin, Ferster, Catania) propõem que há necessidade de incluir o efeito do enfraquecimento da resposta punida (uma resposta produz um evento aversivo e ocorre enfraquecimento de tal resposta). Outro tema controverso é a distinção entre reforçamento positivo e negativo, a qual tem sido minimizada por alguns autores (Jack Michael, por exemplo), os quais sugerem que se fale em reforçamento simplesmente. Ainda mais, tem havido debates construtivos entre os analistas do comportamento sobre o efeito e a adequabilidade do uso da punição. Há convergência sobre a inadequação do uso de procedimentos punitivos ou coercitivos em geral. Questiona-se também se os efeitos da punição são duradouros (quanto a enfraquecer comportamentos indesejados). Sabe-se que punição não instala comportamentos desejados. Finalmente, reconhece-se os efeitos emocionais – em geral negativos – do uso de procedimentos punitivos. Usar ou não a punição e sob que condições usá-la é um ponto polêmico em debate. Essas são discussões que não se esgotaram e, pela complexidade dos temas, merecem ser apresentadas – se for o caso – em texto específico.

¹Note que os termos “positivo” e “negativo” são usados no sentido aritmético: positivo é igual a adição, soma acréscimo; negativo é igual a subtração, retirada. Não há, nos termos, implicação de valor.


Texto de Marisa Richartz, Cursando Especialização em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR - Campinas/SP
Para ter acesso ao original clique aqui

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Visão Skinneriana sobre as alucinações

A alucinação nos aparece como uma questão de alienação ou alheamento; ou seja, uma atribuição ao ambiente de um comportamento que alguém realiza e, não obstante, não o reconhece como próprio. Para dizer em termos mais estritamente comportamentais: a pessoa que alucina não é consciente das contingências que controlam seu comportamento de “ouvir na ausência da coisa ouvida” e das quais ele é função (privação, estados emocionais, etc.). Quando o sujeito repara que está se comportando, ainda que na ausência da coisa percebida, não cabe falar strictu sensu de alucinação; mas sim de pseudoalucinação, termo que o jargão psiquiátrico reserva a este fenômeno de alucinação com consciência de que se está alucinando. Portanto, as diferenças entre os termos percepção, ilusão, pseudoalucinação e alucinação são estritamente contextuais. A percepção de um determinado objeto costuma ocorrer na presença deste objeto que é, de forma principal, o estímulo que controla o comportamento perceptivo. Quando a percepção é produzida sob controle de dicas ambientais ambíguas, que são as que controlam o comportamento ainda que na ausência do objeto percebido, trataria-se de uma ilusão. Quando estas dicas ambientais são inexistentes ou mínimas, tratariam-se de alucinações ou pseudoalucinações se a pessoa não repara (ou se o faz no caso da pseudoalucinação) em seu próprio comportamento de “perceber na ausência da coisa percebida”.
Caberia, então, perguntar quais são as causas pelas quais um comportamento como o de perceber na ausência da coisa percebida pode chegar a se converter em um comportamento alienado, de tal forma que a pessoa não reconheça as circunstâncias que controlam seu comportamento, tendo realizado perfeitamente esta discriminação em outros momentos anteriores.
Em primeiro lugar, seria possível que a pessoa não reconhecesse as variáveis que de fato estão controlando seu comportamento de perceber na ausência da coisa percebida por elas serem pouco habituais e, desta maneira, excepcionais. Assim, por exemplo, em estado de forte privação ou de grande ansiedade, é possível que certos estímulos até então irrelevantes no controle funcional de um comportamento perceptivo passem a ser importantes e, assim, controlem o comportamento ainda que na ausência da coisa percebida. Algo parecido ocorreu com Carlitos no filme Em Busca do Ouro quando, atormentado pela fome, vê seu companheiro convertido em um frango. A pessoa não estaria acostumada ao fato de que seu comportamento de perceber na ausência da coisa percebida estivesse sob controle destas circunstâncias tão intensas e, desta forma, é possível que o comportamento realizado seja atribuído à presença da coisa percebida em detrimento dos estados privados intensos que, de fato, controlaram o comportamento.
Em segundo lugar, também é possível que, ainda que se tenha contato com as circunstâncias que controlam um comportamento, estas sejam punições verbais para a pessoa ou, dito de forma freudiana, resultem inadmissíveis ao superego. A “censura”, em tal caso, ocorreria pela via da negação ou projeção.

Texto retirado do Boletim Contexto, nº 33.
Para ler o artigo completo clique aqui.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pense nisso...28

Sonhar (comportamento privado) é entendido pelos behavioristas como o comportamento de ver, porém, na ausência da coisa vista, ou seja, os sonhos são analisados como um comportamento perceptual encoberto (Skinner, 1974).





sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Palestra

Ansiedade e Espiritualidade

Palestrante: Dr Alfredo Simonetti - Psiquiatra AMBAN e Membro do Comité Cientifico da APORTA

Data: 04/12/2010 
Horário: 09:00 horas

Local: Rua Major Maragliano, 241, Vila Mariana

Maiores informações em: http://www.aporta.org.br

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