quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Punição como agente educador???

"Um garoto de dez anos foi deixado no meio de uma rodovia a cerca de 2 km da escola, pelo transporte escolar, como punição por mau comportamento, nesta terça-feira (7), em Boituva (121 km de SP). A turma voltava de um ensaio do coral de Natal da cidade, que aconteceu em outra escola na região. De acordo com a Secretaria de Educação de Boituva, o menino teve mau comportamento, e o professor responsável chamou sua atenção. O garoto, segundo a secretaria, foi mal-educado com o professor. O motorista do ônibus também chamou sua atenção e decidiu colocá-lo para fora do veículo. O menino foi deixado na rodovia SP-129, que segundo a prefeitura é muito movimentada, com grande fluxo de caminhões. Tanto o professor quanto o motorista foram afastados, de acordo com a secretaria. O secretário de Educação da cidade, Márcio Pedro Marson, disse à Folha que conversou com o professor, que afirmou ter ficado sem reação no momento da expulsão do aluno e está arrependido. A Folha não conseguiu contato com o professor."

Punir desta maneira um garoto de 10 anos, não adianta em nada, muito pelo contrário, trazem mais consequências desagradáveis.

O que é punir?

Punir significa agir no ambiente, que tem como objetivo a interrupção imediata do comportamento inadequado.
Existe dois tipos de punição: Punição positiva e punição negativa.
Punição positiva, que diferente do que o nome parece sugerir, não tem nada de positivo. A punição positiva adiciona um estímulo aversivo no ambiente que interrompe imediatamente o comportamento inadequado da criança; é uma ação da mãe, do professor ou de algum responsável que faz com que o comportamento inadequado pare na mesma hora. No caso da reportagem acima, o comportamento inadequado do garoto foi interrompido, mas será que resolveu o problema????
Esse tipo de punição que o motorista e o professor deram ao garoto pode gerar traumas e outros problemas na criança.
O grande problema do uso da punição positiva é que ela apenas mostra à criança o que ela não deve fazer, mas não ensina o que ela deve fazer.
Usar a punição positiva como agente educador não é o mais indicado.
A punição negativa é um tipo de comportamento punitivo onde existe a retirada de um estímulo reforçador como punição a um comportamento inadequado. Como exemplo, podemos usar a situação onde a mãe retira a sobremesa do filho porque ele não comeu a salada, ou o pai que não dá mesada para o filho porque ele tirou nota baixa.
A punição negativa parece ser uma forma de lidar com comportamentos problemas mais eficaz que a punição positiva e menos aversiva para o processo de educação. É importante ressaltar que a criança deve estar sendo comunicada com clareza sobre os motivos que levaram a retirada de um estímulo importante para ela.
Os pais devem colocar limites; regras claras e específicas. E quando essas regras são quebradas, devem aplicar as penalidades já acordadas com os filhos, ajudando-os a fazerem a ligação entre o descumprimento da regra e a conseqüência disso. Eles precisam saber o motivo da punição aplicada.
O ser humano tem uma tendência a usar punição indiscriminadamente, suprimir uma resposta indesejável imediatamente é muito mais reforçador do que se utilizar de outras estratégias como a modelação e reforçamento diferencial que demoram mais tempo para fazerem efeito, mas que levam a mudanças mais duradouras. Em nossa cultura parece que é mais prazeiroso (e estimulado) punir à educar.


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