quarta-feira, 30 de junho de 2010

Terapia analítico-comportamental

Gente vou compartilhar com vocês uma pequena resenha que fiz do livro "Terapia analítico-comportamental: dos fundamentos filosóficos à relação com o modelo cognitivista" de  Nazaré Costa.
O livro é bem estruturado e de fácil compreensão. É bastante didático no que diz respeito à apresentação dos behaviorismos e de aspectos das terapias analítico-comportamental e cognitivo-comportamental. É recomendado como recurso para o ensino de novos terapeutas, para alunos e interessados na abordagem.


Terapia analítico-comportamental: dos fundamentos filosóficos à relação com o modelo cognitivista. 

Este livro retrata a trajetória acadêmico-científica da autora, psicóloga formada pela Universidade Federal do Pará e mestre pela mesma universidade. A autora demonstrou interesse pelo assunto desde a sua graduação e a partir deste período começou a escrever e apresentar trabalhos sobre o Behaviorismo e Análise do Comportamento.
No capítulo 1 “Os Behaviorismos”, a autora descreve sobre os diferentes behaviorismos. Apresenta o Behaviorismo Clássico ou Metodológico de Watson, os Neobehaviorismo Mediacionais de Tolman e Hull e o Behaviorismo Radical de Skinner.
O capítulo 2 relata a história e terminologias das terapias comportamentais.
O processo analítico-comportamental é definido como um trabalho terapêutico que se fundamenta no Behaviorismo Radical e utiliza os princípios da Análise do Comportamento no contexto clínico, objetivando identificar e analisar funcionalmente as variáveis externas que estão controlando os comportamentos do cliente. A Terapia Analítico-Comportamental (TAC) é dividida em três etapas: inicial (avaliação), intermediária (intervenção) e terminal (acompanhamento ou follow up).
No capítulo 3, a autora trata da subjetividade através das concepções de Skinner. Para explicar a subjetividade Skinner recorre às contingências ambientais de reforçamento que atuam em três níveis diferenciados: filogenético, ontogenético e cultural. Compreender a subjetividade implica compreender, em particular, o nível cultural ao qual ela está mais estritamente relacionada (Andery, 1997 in Costa). Alguns autores tecem críticas a está interpretação skinneriana de subjetividade.
A autora ainda discute sobre a subjetividade na terapia analítico-comportamental. Este capítulo serviu para reforçar que os analistas do comportamento têm demonstrado grande interesse pelo estudo dos eventos privados (subjetividade), ao contrário do que se pensava antes, de que os adeptos ao behaviorismo só estudavam comportamentos observáveis. Não se pode falar em TAC sem fazer referencia à subjetividade, simplesmente porque a subjetividade é indissociável das contingências (cf. Oliveira, 2001).
O capítulo 4 fala sobre a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, suas origens, definições, fundamentos, influências e procedimentos.
Várias foram as influências no surgimento da terapia cognitivo-comportamental, entre elas a psicanálise de Freud, fenomenologia de Kant, Heidegger e Husserl, teoria cognitivista de Piaget, a REBT de Albert Ellis e a Terapia comportamental de Mahoney, Goldfriend e Davison (Beck e cols.,1979).
A autora enfatiza os trabalhos de Beck neste capítulo. Beck desenvolveu um modelo cognitivo de psicoterapia para o tratamento da depressão, modelo este que foi aperfeiçoado por ele e seus colaboradores em seus aspectos teóricos e aplicados para dar origem à moderna terapia cognitiva. Nazaré Costa também faz referencia a algumas técnicas comportamentais que são utilizadas pela terapia cognitiva.
O Behaviorismo e o Cognitivismo são duas vertentes que se aproximam e se complementam e serão melhores definidos no capítulo 5.
O capítulo 5 propõe-se a identificar alguns limites da integração entre os modelos de intervenção da Terapia analítico-comportamental e da terapia cognitiva de Beck, confrontando proposições teóricas de orientações behavioristas e cognitivistas e certos aspectos da condução do processo terapêutico em cada um dos tipos de intervenção (Costa, 2002). A autora apresenta trechos de dois atendimentos sendo um em terapia cognitiva e outro em terapia analítico-comportamental. Fazendo-se a análise das sessões percebe-se que tanto a intervenção cognitiva quanto a analítico-comportamental estão voltadas para a resolução de problemas específicos, são diretivas, enfatizam o tempo presente e discutem explicitamente com o cliente as hipóteses para a origem e a manutenção dos problemas (Costa, 2002).
A autora finda este capítulo sugerindo semelhanças e distinções entre o processo terapêutico analítico-comportamental e o cognitivo.
O capítulo 6 tem como objetivo caracterizar a movimento integracionista entre Behaviorismo e Cognitivismo, levantar algumas hipóteses para o movimento ter iniciado no contexto clínico e levantar implicações que a tendência de integração possa trazer para a comunidade de terapeutas analista-comportamentais.

Costa, N. (2002). Terapia analítico-comportamental: dos fundamentos filosóficos à relação com o modelo cognitivista. 1ª Ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados.

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