Tricotilomania é um distúrbio caracterizado por arrancar cabelos sem fins estéticos. Atualmente é classificada entre os transtornos de hábito e de controle de impulsos.
Os pacientes referem sentir uma urgência ou necessidade incontrolável de arrancar os próprios pelos, principalmente os cabelos, podendo também envolver sobrancelhas, cílios, pelos pubianos ou de qualquer outra parte do corpo. Não raro, os pacientes ingerem os fios de cabelo arrancados ou parte desses, caracterizando a tricofagia.
O transtorno não é explicado por outro transtorno mental e não se deve a condições médicas gerais (por exemplo, outras condições dermatológicas) e causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou de outras áreas importantes na vida da pessoa.
Arrancar cabelos pode ser transitório, episódico ou contínuo e sua intensidade pode variar. A pessoa pode passar semanas ou meses sem apresentar este comportamento e, de repente, recomeçar de modo inexplicável. Como qualquer outro comportamento, este apresenta diversos graus de gravidade. Em algumas pessoas a perda de cabelos pode ser mínima, em outras formam-se áreas de alopécia (falta de cabelo), em outras pode ser tão extensa que a pessoa fica completamente careca.
Pessoas com Tricotilomania se sentem envergonhadas pelo seu comportamento e sua aparência. Elas podem esconder o problema de sua família e de seus amigos mais íntimos, ou até mesmo negar inteiramente o comportamento.
Elas recorrem freqüentemente a penteados elaborados e à maquiagem para camuflar os locais carecas, ou usam apliques ou perucas. Vergonha e desconforto podem ter repercussões graves na auto-estima, na carreira e da vida social e podem até levar a pessoa a evitar tratamento médico adequado.
Muitos destes pessoas perdem um tempo considerável arrancando cabelos e depois tentando disfarçar cosmeticamente.
A "reversão de hábito” é uma abordagem para a Tricotilomania. Envolve o aumento da percepção do paciente de cada episódio de arrancar cabelo e da capacidade de interromper isso por meio de uma resposta competente. Técnicas para aumentar a consciência do arrancar de cabelos incluem identificar os desencadeantes e as seqüências de acontecimentos associados com o comportamento. Além disso, a pessoas normalmente monitora e registra cada ocorrência de arrancar cabelo, anotando informações como dia e hora, localização, pensamentos, sentimentos, número de fios arrancados, etc. que podem ser úteis ao tratamento.
Um elemento crucial na reversão de hábito envolve a utilização de uma resposta competente para ajudar o controle da compulsão. A resposta competente é aquela que é incompatível com arrancar cabelo, como fechar as duas mãos com bastante força. A pessoa é instruída a usar e manter a resposta competente por períodos breves quando estiverem entrando em situações de alto risco, quando sentirem a primeira compulsão ou mesmo depois que tiverem começado a arrancar cabelos. Outros elementos no treinamento de reversão de hábito dizem respeito à preparação de pessoas para o tratamento e à motivação contínua durante o tratamento.
Outras estratégias de terapia comportamental empregam procedimentos de "controle de estímulo". Arrancar cabelos normalmente ocorre em certas situações discretas, mas não em outras. Por exemplo, a maioria das pessoas arranca cabelo quando está sozinha. Por exemplo, ao assistir TV, falar ao telefone, ler e guiar. As técnicas de controle de estímulo são usadas em situações nas quais é provável que o comportamento ocorra e têm como objetivo interferir no comportamento. Típicas técnicas de controle de estímulo incluem o uso de objetos que impeçam o arrancar de cabelos como chapéus, lenços, luvas, protetores de borracha nas pontas dos dedos; também deve-se manter as mãos ocupadas e longe dos cabelos.
Como arrancar cabelos freqüentemente ocorre, aumenta ou reaparece juntamente com stress, técnicas de terapia comportamental também podem se concentrar no ensinamento de maneiras eficientes de controlar o stress : controle de respiração, relaxamento muscular e técnicas cognitivas para ajudar o controle da ansiedade.
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