segunda-feira, 30 de maio de 2011

Aniversário do Blog



No último dia 19 de maio o Blog Planeta Behavior - Análise do Comportamento, completou um ano de vida....sempre pensei que ele não passaria de alguns meses, mas graças aos meus leitores, às sugestões que vocês me enviam, às dúvidas, o incentivo de vocês, fizeram ele sobreviver até hoje; vocês são um intenso reforço positivo. Continuem visitando o PLANETA BEHAVIOR!!! 
Muito obrigada a todos!!!!

sábado, 28 de maio de 2011

AT - teoria e técnica

Editora: SANTOS
Autor: IGOR LONDERO


ACOMPANHAMENTO TERAPEUTICO-TEORIA E TÉCNICA NA TERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVO-COMPORTAMENTAL.

Destinado a estudante e profissionais da área da saúde mental que se interessam por intervenções no ambiente natural do cliente, este livro tem com objetivo apresentar uma organização sobre o tema Acompanhamento Terapêutico (AT) na terapia comportamental e cognitivo comportamental, tendo em vista a escassez de obras na área e a crescente procura por esta modalidade terapêutica.
O conteúdo dos capítulos é abordado de forma teórica e prática, contendo exemplos e ilustrações de casos, bem como, sugestões de técnicas adequadas a determinadas situações. A obra foi organizada partindo da experiência clínica do organizador e de seus colaboradores, contendo os principais nomes de estudiosos sore o tema no Brasil.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Curiosidades

Por curiosidade, fui ler essa matéria, nada contra os psicanalistas, eles fazem seus trabalhos brilhantemente, mas achei curisoso....

O legado freudiano no banco dos réus

A editora francesa Catherine Meyer, que organizou O Livro Negro da Psicanálise, lançado em versão abreviada no Brasil, diz que a teoria de Freud 'repousa sobre a areia' e acusa a [br]renomada psicanalista Elisabeth Roudinesco de agir de má-fé.

Em alguns países, como os Estados Unidos ou a Alemanha, Sigmund Freud (1856-1939) costuma ser situado na categoria dos gênios, mas nem por isso sua obra representa unanimidade. Em outros, como França e Argentina - poderíamos incluir o Brasil? -, o pai da psicanálise não é menos do que um ícone. Nesse sentido, duvidar de suas teorias pode ser interpretado como uma blasfêmia. Foi com o propósito de blasfemar e, por isso, suscitar controvérsia, que a editora franco-argelina Catherine Meyer lançou-se ao desafio de coordenar um "front de oposição" a Freud, lançando em 2005, pela Les Arènes, O Livro Negro da Psicanálise.
O impacto da obra foi imediato - e rapidamente se internacionalizou. Composto em sua versão original de mais de 40 artigos assinados por filósofos, historiadores, psiquiatras e também pacientes, o livro explorava as dúvidas e os fracassos que pesariam sobre a "ciência" fundada por Freud, tomando por base cinco temas: mitos e lendas da psicanálise, seu sucesso, seus impasses, suas vítimas e uma proposta de prática pós-freudiana.....

Ficou curioso(a)??? Leia tudo clicando aqui

terça-feira, 24 de maio de 2011

Neurofeedback

Matéria no fantástico mostra a técnica de neurofeedback;  técnica pouco conhecida no Brasil, é utilizada principalmente para tratamento de TDAH.
O poder da "mente"???
Mente??? Bom a própria reportagem diz que tudo é controlado por ondas cerebrais...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Respiração diafragmática

Respiração diafragmática é uma técnica que gosto bastante, mas não quer dizer que saio usando "a torto e direito" com meus clientes; ela funciona para alguns clientes e para outros não.
Várias técnicas fazem parte do trabalho do terapeuta comportamental, mas isso não devem definir a abordagem.

"Bons terapeutas podem usar essas técnicas e outros bons não as utilizar ou utilizá-las sem se dar conta disso". (Sonia Meyer).

Veja:


sábado, 21 de maio de 2011

Psicologia Baseada em Evidências

Muito interessante este livro, ainda não li, mas me interessou bastante!!!


Psicologia Baseada em Evidências - Provas Científicas da Efetividade da Psicoterapia
Tamara Melnik Psicóloga Clínica e Doutora em Neurociências e Comportamento pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e Pesquisadora e Professora do Programa de Medicina Interna e Medicina Baseada em Evidências na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Centro Cochrane do Brasil.


Álvaro Nagib Atallah Professor Titular da Disciplina de Medicina de Urgência e de Medicina Baseada em Evidências do Departamento de Medicina da Unifesp/EPM, Chefe da Disciplina de MU-BEM, Diretor do Centro Cochrane do Brasil e Diretor Científico da APM.






A prática clínica baseada em evidências tornou-se a mais importante estratégia científica de esclarecimentos em todas as especialidades envolvidas na promoção e nos cuidados de saúde. Frente a essa demanda, a Associação Americana de Psicologia (APA) divulgou em 2005 a Força-tarefa Presidencial intitulada “’Prática Clínica Baseada em Evidências na Psicologia”, que ressaltou a importância das evidências científicas na prática psicológica juntamente com a experiência clínica, preferências e as características individuais dos pacientes.
Psicologia Baseada em Evidências é uma obra inédita, escrita por várias mãos, indubitavelmente, pelos maiores especialistas na área da saúde mental do Brasil. A obra teve o privilégio de contar com pesquisadores, clínicos e educadores, sendo essa diversidade a força motriz para o enriquecimento da obra.
Este livro coloca à disposição do profissional de saúde informação científica de alta qualidade metodológica já avaliada (revisões sistemáticas publicadas na Colaboração Cochrane) e fornece de modo sucinto, um panorama das evidências atuais acerca da efetividade da psicoterapia no tratamento dos transtornos psiquiátricos na infância, adolescência e idade adulta.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Personalidades transtornadas (parte 4 de 7)

Stálin - O desconfiado.





Um ditador mata muitos inimigos. Mas um ditador paranoico mata também os amigos - como Stálin, que executou um terço dos 3 milhões de membros do Parido Comunista.





Que atire a primeira pedra quem nunca desconfiou de alguém sem razão alguma. Agora imagine se essa sensação durasse o tempo todo, na mente de um ditador sanguinário com armas atômicas e um exército de milhões de soldados. Josef Vissarionovich Dzhugashvili - ou Stálin, para os 3 milhões de pessoas assassinadas por causa dele - era de fato mais que desconfiado. Segundo a psicóloga política Rose McDermott, o que tele tinha era transtorno de personalidade paranoide.
O paranoico suspeita sempre que alguém o engana. Por achar que tudo pode ser usado contra si, ele testa sempre a lealdade dos colegas e parceiros e luta para não deixar decisão alguma na mão deles. É o que explica que o líder comunista expurgasse todo o seu gabinete sempre que suspeitasse que alguém pensasse em traí-lo. Afinal, que melhor maneira de matar a dúvida que eliminá-la pela raiz?
De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, de 0,5 a 2,5% das pessoas são paranoides. Seu transtorno pode manifestar-se na infância, mas as coisas ficam sérias no começo da idade adulta. É a história do jovem excêntrico, crítico, frio, que prefere ficar sozinho. Não é que ele odeie as pessoas à sua volta: apenas as culpa por tudo e não confia em ninguém. Por fim, torna-se autossuficiente e usa o poder para que ninguém possa atacá-lo.
Toda a vida de Stálin serviu para que ele galgasse e mantivesse mais poder. Pena de quem cruzasse seu caminho: sua única incerteza era: "Prender ou executar?" É claro que não era nada pessoal. A explicação de Stálin para mandar milhares de pessoas para campos de trabalho forçado na Sibéria, onde muitos morriam de frio, fome e esgotamento, eram sempre questões "políticas" - não importava se a desconfiança viesse de uma denúncia, de um sonho, de um estalo.
Afinal, o paranoico vê ameaças ocultas em acontecimentos cotidianos. É um rancoroso implacavél: qualquer insulto, qualquer deslize fica armazenado na memória como prova de um ataque. E tudo acaba sendo voltado à sua pessoa: um comentário pode ganhar uma dimensão de ataque grave, e o paranoico acabará reagindo com outro, geralmente rápido, impulsivo e desproporcional.
Apesar de o paranoico não ser nenhuma flor de pessoa, seu poder frequentemente atrai um grupo a seu redor. Stálin era pródigo em cercar-se de assassinos fiéis, que não hesitavam em torturar sua própria família. Ganhou notoriedade por mandar matar até esposas de seus colaboradores. Assim se tornou o líder de um culto paranoico, misto de adoração e medo, que durou 3 décadas e custou a vida de milhões, até que morresse, em 1953, de infarto. Estava no auge de seu transtorno, louquinho da Silva.

 
O que ele pensa: "As pessoas são perigosas."

terça-feira, 17 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Aprenda a agir de um jeito diferente

A psicoterapia comportamental não possui uma história muito longa. No livro Evaliación conductal hoy (Madrid, E. Piramide), o autor Rocio Fernandez- Ballesteros aponta para 1975 como o ano da fundação da Análise Clínica do Comportamento. Nessa data foi apresentada a proposta comportamental para as intervenções psicológicas e, a partir de então, ficou estabelecido que esta envolveria “a descrição do comportamento-problema, os fatores que controlam o comportamento e a forma pela qual o comportamento pode ser modificado”.
Porém a divulgação das aplicações da análise do comportamento ficou limitada aos trabalhos com populações e comportamentos específicos. Em uma edição especial dedicada à psicoterapia clínica, publicada no Journal of Applied Behavior Analysis, em 2006, os autores da introdução deste volume afirmam que quando a revista foi fundada, em 1968, se comprometeu com a publicação de artigos relacionados a queixas mais simples, como auto-agressão em pacientes com atraso de desenvolvimento, transtornos alimentares infantis e ensino de habilidades específicas para crianças autistas. É provável que tal tendência tenha influenciado alguns erros de julgamento por parte da comunidade de psicoterapeutas. Em um artigo publicado por P. London, na revista American Psychologist, em 1972, o autor se refere à psicoterapia comportamental como um conjunto de técnicas e nega que esta possa ser uma abordagem aplicável aos problemas psicológicos.
Essa visão não pode mais ser justificada. Em 1990, no IV Encontro Paranaense de Psicologia, a psicóloga analista do comportamento Dra. Sonia Meyer, hoje professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, descreveu quais seriam os requisitos para que uma terapia fosse considerada comportamental. Em sua apresentação, Sonia Meyer chama a atenção para o fato de que realmente há um conjunto de técnicas comportamentais derivadas de pesquisas e que essas técnicas fazem parte do trabalho comportamental, mas não devem definir a abordagem. “Bons terapeutas podem usar essas técnicas e outros bons terapeutas não as utilizar ou utilizá-las sem se dar conta disso”.

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Revista Psique - Ciência e Vida

sábado, 14 de maio de 2011

III Simpósio de Transtornos Cognitivos e Demências


A Liga de Neurologia Cognitiva e Comportamental da UFSCar (LiNCC) realiza, no dia 04 de junho, o III Simpósio de Transtornos Cognitivos e Demência. O evento acontecerá nas dependências do Anfiteatro Bento Prado Júnior no campus da Universidade Federal de São Carlos, em São Carlos, a partir das 7h30 horas.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Para pensar...8

"O auto-conhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo. Uma pessoa que se ‘tornou consciente de si mesma’, por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento." (Skinner).


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Personalidades transtornadas (parte 3 de 7)

Mao - O Grandioso



Culto pessoal, bajuladores de plantão e uma teimosia que causou pelo menos 30 milhões de mortes. Saiba como o Grande Timoneiro levou a China a tremer diante da sua imagem.





Era uma vez na mitologia grega um belo homem chamado Narciso, que passara a vida e a morte admirando sua imagem num espelho d´água. É daí quem vem o nome do transtorno de personalidade narcisista. Mas, longe dessa suposta paz, o narcisista não suspira. Age ativamente para que seja considerado o melhor em tudo sempre. Mesmo que, para construir a imagem de Deus na terra, sacrifique mihões de pessoas de fome. Seu nome deve ficar na história - como fulgura o mausoléu de Mao Tsé-Tung em Pequim, no coração da Praça da Paz Celestial.
"A estrutura psíquica de Mao era produto de sua inabilidade em manter o equilíbrio narcisista regulando sua autoestima", escreve o historiador Michael Sheng. Isso é típico de narcisistas, que representam 1% da população. Eles acreditam ser seres superiores e, para comprovar essa crença, buscam reconhecimento, por sua influência, sua inteligência, sua grana ou sua beleza. Por isso, usam os outros como objeto de distinção. Gente comum é automaticamente descartada - mas terão bastante valor aqueles que puderem servi-lo ou admirá-lo. Não surpreende que Mao promovesse bajuladores. Na primeira vez que voou de avião, seu piloto passou a viagem tecendo-lhe elogios. Depois, foi alçado ao topo da aviação militar chinesa.
O poder é essencial para o narcisista. E, para desmonstrar seu  cacife, altera limites, toma decisões por conta própria, controla os outros e cria exceções para regras. Ele está acima das leis, mesmo as da natureza. Afinal, quem se julga tão especial acha que riscos são coisa pequena - desde ultrapassar o limite até conduzir um país a uma catástrofe.
Foi o que Mao fez ao promover o Grande Salto Adiante, uma polêmica reforma agrícola que, entre 1958 e 1960, matou ao menos 30 milhões de pessoas de fome. Ainda que soubesse das pessoas caindo feito moscas no campo, Mao nutria a fantasia de uma China feita por suas mãos. Estava tão inebriado pelo sucesso de sua imagem que todo o resto era detalhe - inclusive as mortes em massa. "E as pessoas mantinham seu culto justamente por estarem necessitadas de um ideal pelo qual viverem", diz Sheng.
Mao dominou com mão de ferro mais de um quinto da população do planeta entre 1949 e 1976. Foi o idealizador da Revolução Cultural, que expurgou "inimigos" do regime aos milhares e levou o país ao caos. Mas a China sobreviveu e ficou mais forte após sua morte. Aos poucos, a nação deixou de ser seu espelho.  


O que ele pensa: "Eu sou especial".



















Fonte: Super Interessante - Ed. Especial Mistérios da mente.

terça-feira, 10 de maio de 2011

STOP IT!!! TRABALHANDO COM ENCOBERTOS

Já ouviram falar na técnica "Parada de Pensamento"?
Essa é uma técnica utilizada para trabalhar principalmente pensamentos intrusivos, mas deve ser usada com muita cautela, pois ela é um pouco aversiva eliciando alguns respondentes. Só deve ser usada por terapeutas bem treinados e com clientes que já tem um forte vínculo com terapeuta. O caso precisa ser muito bem avaliado para aplicação desta técnica. Geralmente a parada de pensamento é pareada com a exposição na imaginação, respiração, etc.
A parada do pensamento tem o objetivo de aumentar o controle que o paciente tem sobre seus pensamentos e imagens. A ruminação ansiosa pode ser interrompida com a imaginação ou com a verbalização da palavra "PARE!" ou com a visualização de um sinal de trânsito aceso no vermelho. Após a interrupção, a atenção deve estar voltada para os detalhes da atividade que está sendo realizada.
Uma vez atendi um garoto com déficit de atenção e observei que ela sempre chegava na sessão com uma borrachinha de dinheiro no pulso.  Ele vivia puxando e soltando a tal da borrachinha, até que perguntei porque ele fazia "aquilo". Ele me respondeu que fazia "aquilo" para manter-se concentrado,  foi um jeito que ele encontrou de eliminar os pensamentos que o fazia desconcentrar. 
O que esse garoto fazia era exatamente a parada de pensamento. 

Veja este vídeo, bem humorado onde o terapeuta bem mal humorado utiliza a técnica "Parada de pensamento". 



NÃO VÃO SAIR POR AÍ FAZENDO ISSO, POR FAVOR!!!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Chomsky e Skinner

Uma assunto que muito me interessa é comportamento verbal e não verbal e numa da minhas pesquisas sobre o tema me deparei com este artigo que achei bem interessante, vale a pena sua leitura.... Skinner 1 x Chomsky 0

Chomsky e Skinner e a polêmica sobre a geratividade da linguagem.

O Verbal Behavior é considerado a obra mais importante de B. F. Skinner. Pela sua importância este livro foi amplamente discutido e criticado. Uma das críticas mais importantes foi a Resenha (Review) de N. Chomsky, a qual tinha como um de seus argumentos basilares a idéia de que o Verbal Behavior não trataria do caráter gerativo da linguagem humana. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi apresentar a Resenha, sistematizando seus argumentos e sinalizando como Chomsky considerou que a visão behaviorista seria incapaz de explicar a geratividade da linguagem para, em seguida, apresentar como o Verbal Behavior de Skinner possui argumentos que podem contemplar esse caráter gerativo. Como pano de fundo da discussão, uma breve análise histórica das duas obras foi realizada para que o contexto das publicações pudesse ser compreendido.

Artigo de: Carmem Silvia Motta Bandini e Júlio César de Rose

Leia o artigo completo clicando aqui 

sábado, 7 de maio de 2011

Curiosidades

Abelha pressionando barra (como Skinner fez com o ratinho), Isaías Pessotti fez um experimento com abelhas e olha só a prova.



Tese de Doutorado de Isaías Pessotti.
Título: DISCRIMINACAO CONDICIONAL EM MELIPONA MICHENERIA RUFIVENTRIS LEPELETIR, Ano de Obtenção: 1969.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Personalidades transtornadas (parte 2 de 7)

Caravaggio - O Psicopata


Infância briguenta, ficha policial gorda, assassinatos, dívidas, fama, título de nobreza e morte misteriosa. Sob a máscara de gênio da pintura barroca italiana e queridinho da Igreja, vivia um violento crápula, que, como 3% da população em geral, se encaixa no perfil de um psicopata.










 Caravaggio é tido como um dos maiores pintores italianos, reconhecido por introduzir uma nova estética naturalista e barroca, dominada por excessos e contrastes. Ótimo. Só que na época em que viveu, nos idos do século 16, ele era mais conhecido por ignorar completamente a vida alheia. Segundo suas biografias, o gênio da pintura tinha todos os traços do transtorno de personalidade antissocial - a famosa psicopatia. 
Arrogantes, mentirosos e irresistíveis. 
O que define o psicopata é a incapacidade de sentir emoções, de se colocar no lugar dos outros e internalizar regras sociais - uma mistura desastrosa que começa desde a infância e até hoje não tem tratamento. Sem sentimentos para distraí-los, psicopatas caem facilmente no tédio e, para combater isso, procuram viver impulsivamente grandes aventuras à custas dos outros - do seu dinheiro , do seu sexo ou mesmo da sua vida.
Para eles, o remorso é apenas uma curiosa fraqueza alheia que serve de ferramenta para suas manipulções. Não é de surpreender que 20% da população carcerária seja psicopata. Mas apenas a minoria dessas pessoas sem consciência são famosos matadores em série. Mais comuns são os canalhas do dia a dia - falsários, amantes canalhas, amigos parasitários ou escroques tão malvados quanto talentosos, como Caravaggio.
Psicopatas não têm ansiedade nem medo e, por isso, conseguem mentir sem tremer nas pontas. Analisam as pessoas até descobrir quais são os seus pontos fracos. Assim, sempre conseguem jogar uma boa lábia e, como camaleões sociais, parecer a pessoa ideal, seja  na hora de conquistar uma rapariga (ou um moçoilo), seja para tornar-se pintor papal. Depois de dar o bote, vivem como parasitas ou como predadores. Compromisso, só com o seu próprio prazer.
De que o pintor era um prodígio, ninguém duvida. O gênio começou a trabalhar com apenas 13 anos, como aprendiz de um pintor em Milão. Adolescente, tinha já perdido pai e mãe, mas não foi exatamente de tristeza que sofreu. Caravaggio era tão briguento que logo vendeu os bens da família para pagar fianças. Na bancarrota aos 18 anos, decidiu tentar a sorte em Roma. E, para ser visto como um menino prodígio, não economizou na mentira. Dizia ter dois anos a menos. Logo isso atraiu um mecenas, que o sustentou para pintar quadros provocantes (com insinuantes meninos seminus). Aos 25 anos, se deu bem de novo: começou a pintar para a Igreja e logo se tornaria o artista mais conhecido de Roma - nada mal para psicopatas, caracterizados pelo ego inflado e pela necessidade de status.
Só que outra característica desse transtorno é o vício em perigo. Mesmo em seus quadros religiosos, Caravaggio usava meretrizes para representar a virgem Maria e ladrões para os santos. Imagine sua satisfação ao saber que a corte papal estava recebendo a pintura de uma prostituta para ser adorada como santa. Caravaggio não se casou nem teve filhos - um escândalo para a época. Atrasava a entrega dos quadros e recebia multas. Mas era esperto: sempre que se metia em briga, tinha contatos para sair da prisão. Certa vez, alguém denunciou que suas obras para a Igreja eram impuras. Caravaggio desferiu um golpe de adaga no infeliz. Quase matou outro por ter dormido com sua prostituta preferida. Num jantar, o garçom não lhe deu suficiente atenção e ele lhe jogou um prato de alcachofras fervente na cara. E as coisas pioraram. Um dia quebrou a cabeça de um sargento. Mas jurou no julgamento que "uma pedra caíra de um telhado". Não demorou muito tempo na prisão: subornou os guardiões e fugiu com a ajuda de um cardeal. Até que assassinou um homem a punhalada numa briga.
Foi condenado à pena capital, mas fugiu para Malta, onde, para pôr a cereja em sua carreira psicopática, foi condecorado com o título de cavaleiro da Sagrada Ordem dos Hospitalários. Claro, se envolveu numa briga, foi preso, fugiu...até que, aos 39 anos, apareceu morto numa praia. Sua biografia já alcançara o estrelato. Para o bem e para o mal.     

 O que ele pensa: " Os outros estão aí para ser explorados"

















Fonte: Super Interessante - Ed. Especial Mistérios da mente

terça-feira, 3 de maio de 2011

Xixi na cama não deve ser punido

Fazer xixi na cama é motivo de constrangimento para qualquer criança.
Para piorar, bronca e impaciência dos pais costumam acompanhar o problema, que é muito comum: cerca de 15% das crianças de até seis anos molham a cama durante a noite.
A enurese é a falta de controle da urina à noite por um período maior do que seis meses. É mais comum em crianças, mas atinge 2% de adolescentes e adultos.
O problema é duas vezes mais comum em meninos, de acordo com uma pesquisa com 6.000 crianças, publicadas no periódico "Journal of Pediatrics".
Questões psicológicas são a causa do descontrole do xixi em só 10% das crianças. Na maioria dos casos, a origem é orgânica, como a baixa produção de um hormônio antidiurético à noite, segundo o urologista Flávio Trigo, do Hospital Sírio-Libanês.
A enurese não está ligada a problemas psicológico, mas atitudes punitivas por parte dos pais podem afetar a autoestima das crianças.
Os pais precisam entender que a criança não faz xixi na cama de propósito. Eles têm que encarar como um problema médico e procurar um especialista. O tratamento pode ser feito com remédios, quando a origem é hormonal. Outra opção é um alarme que acorda a criança quando ela começa a fazer xixi.
O que também ajuda é ter atitudes construtivas em vez de punir a criança. (já falei aqui dos efeitos da punição, punir só suprime o comportamento problema no momento).
Para começar, é bom oferecer menos líquidos à noite. Os pais podem usar um calendário e colar estrelinhas nos dias em que a criança acordar seca - há quem use adesivos de sol e chuva.
Usar o reforço positivo produz efeitos mais duradouros, a autooestima da criança não é afetada, muito pelo contrário a criança sente-se motivada.

Fonte: Texto completo no Jornal Folha de S. Paulo - caderno Equilibrio por Mariana Versolato

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Personalidades transtornadas (parte 1 de 7)

Melvin - o perfeccionista 


Rabugento, moralista, cabeça-dura e workaholic. O personagem de Jack Nicholson em Melhor Impossível tornou-se sinônimo de personalidade compulsiva - presente em 1% das pessoas.







Melvin Udall está concentrado, escrevendo em sua máquina um trecho de mais um livro, enquanto repete em voz alta, quase com carinho, cada nova sentença.
"E finalmente ela conseguiu definir amor. O amor era"...mais eis que alguém bate na porta. Udall ignora. O trabalho é tudo o que importa. "O amor era..." - e lá vêm as batidas. Ele se levanta, xingando, e escurraça o pobre Simon. "Eu trabalho em casa. E estou sempre trabalhando. Então nunca, nunca me interrompa, ok? Nem se houver fogo!"
Há uma explicação para o comportamento do escritor rabugento de Melhor Impossível: transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, ou TPOC. Udall é tão preocupado com sua sagrada rotina que esquece o porquê do que faz. Não que ele sofra com isso: o que o deixa ansioso é a possibilidade remota de ter de mudar um milímetro na série de regras que controem seu cotidiano.
O que faz sua mania virar um transtorno? Bem, as consequências. Seu perfeccionismo interfere no resultado de suas tarefas. Ele perde amigos, relacionamentos amororos degringolam, já que sua sacrossana rotina acaba sendo mais importante que a mulher por quem se apaixonou. No controle de tudo, Udall fica tirânico, desagradável, insuportável. O indivíduo com personalidade obsessivo-compulsiva é tão apegado a regras que vira um moralista dos costumes, intolerante com as diferenças. Udall tem tantos preconceitos que vira uma caricatura.
Mas aí vale uma ressalva. O TPOC é diferente do Transtorno Obsessivo-Compulsivo - o famoso TOC. As obsessões do TOC causam sofrimento para a pessoa - como quem toma vários banhos por dia e ainda assim não conseguem sentir-se limpo ou verificam inúmeras vezes a torneira.  Quem tem TOC pode ficar paralisado pela mania, sofrer com suas causas, entrar em desespero. Já no TPOC, segue suas regras por puro perfeccionismo. Quem tem que mudar são as pessoas ao seu redor.
Claro, muitas vezes o TPOC e o TOC acontecem ao mesmo tempo. É o caso de Udall, incapaz de usar o mesmo sabonete duas vezes. Como boa parte dos transtornos de personalidade, o TPOC é tratado com psicoterapia e, às vezes, antidepressivos. A pessoa não se cura, mas consegue diminuir a rigidez de seu comportamento. Como Udall fez, ao aceitar as determinações do psiquiatra e tomar remédios. Claro, toda concessão é um troféu. "Isso é um elogio a você", diz ele a Carol, por quem está interessado. "Você me faz querer ser um homem melhor."      
clique na imagem para ampliar
O que ele pensa: "Não posso errar."


















Fonte: Super Interessante - Edição especial Mistérios da Mente 

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