A psicoterapia comportamental não possui uma história muito longa. No livro Evaliación conductal hoy (Madrid, E. Piramide), o autor Rocio Fernandez- Ballesteros aponta para 1975 como o ano da fundação da Análise Clínica do Comportamento. Nessa data foi apresentada a proposta comportamental para as intervenções psicológicas e, a partir de então, ficou estabelecido que esta envolveria “a descrição do comportamento-problema, os fatores que controlam o comportamento e a forma pela qual o comportamento pode ser modificado”.
Porém a divulgação das aplicações da análise do comportamento ficou limitada aos trabalhos com populações e comportamentos específicos. Em uma edição especial dedicada à psicoterapia clínica, publicada no Journal of Applied Behavior Analysis, em 2006, os autores da introdução deste volume afirmam que quando a revista foi fundada, em 1968, se comprometeu com a publicação de artigos relacionados a queixas mais simples, como auto-agressão em pacientes com atraso de desenvolvimento, transtornos alimentares infantis e ensino de habilidades específicas para crianças autistas. É provável que tal tendência tenha influenciado alguns erros de julgamento por parte da comunidade de psicoterapeutas. Em um artigo publicado por P. London, na revista American Psychologist, em 1972, o autor se refere à psicoterapia comportamental como um conjunto de técnicas e nega que esta possa ser uma abordagem aplicável aos problemas psicológicos.
Essa visão não pode mais ser justificada. Em 1990, no IV Encontro Paranaense de Psicologia, a psicóloga analista do comportamento Dra. Sonia Meyer, hoje professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, descreveu quais seriam os requisitos para que uma terapia fosse considerada comportamental. Em sua apresentação, Sonia Meyer chama a atenção para o fato de que realmente há um conjunto de técnicas comportamentais derivadas de pesquisas e que essas técnicas fazem parte do trabalho comportamental, mas não devem definir a abordagem. “Bons terapeutas podem usar essas técnicas e outros bons terapeutas não as utilizar ou utilizá-las sem se dar conta disso”.
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Revista Psique - Ciência e Vida
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