domingo, 2 de janeiro de 2011

TOC

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (usualmente identificado pela sigla TOC) é, tradicionalmente, conceituado como um transtorno no qual ocorrem manifestações de obsessões e compulsões. As obsessões são imagens, idéias, impulsos ou pensamentos repetitivos (visuais ou auditivos) que produzem ansiedade e desconforto para os indivíduos. As compulsões, por sua vez, são respostas (ações) repetitivas e/ou estereotipadas emitidas para prevenir ou eliminar as obsessões e a ansiedade. Vale ressaltar que nem todo pensamento ou ação repetitivos podem ser classificados como obsessivo-compulsivos. Às vezes nós podemos realizar alguma superstição ou mesmo um ritual, mas esses comportamentos serão considerados como compulsivos apenas se ocuparem um tempo considerável em nossas rotinas, ocasionando, conseqüentemente, um grau de sofrimento ou impedimento para realização de outras atividades, ou seja, se produzirem um comprometimento social. A ciência conseguiu esclarecer que o TOC é um problema multideterminado, ou seja, há uma predisposição genética (componente biológico) para o desenvolvimento do TOC, além das influências ambientais e culturais, as quais também têm grande relevância no seu desenvolvimento ou mesmo na sua manutenção. Reconhecer tais determinantes do TOC é importante para o encaminhamento adequado a tratamentos psicoterapêuticos (com psicólogos) e farmacológicos (com psiquiatras). Análise do Comportamento prioriza as variáveis ambientais como condições necessárias para a instalação e manutenção de qualquer comportamento. Sendo assim, para a terapia comportamental, há necessidade de o terapeuta analisar e intervir a partir da história de vida do indivíduo, identificando as contingências passadas e atuais para compreender e definir as variáveis que controlam e mantém os padrões comportamentais indesejados atuais. Tendo essa análise como referência, faz-se importante a inclusão de várias práticas psicoterapêuticas, dentre as quais a mais sistematicamente usada e avaliada é a técnica de exposição com prevenção de respostas, para um tratamento mais eficaz. E sendo assim, o terapeuta terá como meta não apenas a redução da freqüência e da intensidade de respostas obsessivo-compulsivas, mas também uma compreensão da função de tais comportamentos para esse indivíduo. A análise e alteração de padrões comportamentais, que provavelmente vêm trazendo sofrimento ao cliente e às pessoas relacionadas a ele, são primordiais para uma maior extensão dos resultados alcançados com a psicoterapia e para melhorar sua qualidade de vida. O portador de TOC não sofre apenas pela presença das obsessões e compulsões debilitantes, mas uma ampla gama de comportamentos de seu repertório social, profissional, afetivo etc. está concomitantemente comprometida e o tratamento deve igualmente privilegiar estes aspectos de desenvolvimento da pessoa. Em suma, a terapia comportamental associada à farmacoterapia é considerada hoje a primeira opção de tratamento para o TOC. Felizmente, na maioria das vezes, essa associação psicoterapia-farmacologia consegue atenuar ou eliminar completamente os sintomas obsessivo -compulsivos.

Texto escrito por Tatiana Lance Duarte. Disponível em: http://www.terapiaporcontingencias.com.br





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