Os eventos que influenciam nosso comportamento não ocorrem isoladamente. Assim, para entendermos uma situação, devemos nos desvencilhar dos detalhes não essenciais e analisá-la. Analisar uma coisa é simplesmente quebrá-la em suas partes componentes. Para este propósito voltamo-nos para o laboratório. Começamos com os estudos em ambientes simples e organismos mais simples do que nós próprios. Logicamente, devemos encarar a objeção de que um experimento de laboratório é artificial e, portanto, não apropriado ao estabelecimento de generalização sobre aprendizagem fora do laboratório. Mas, para podermos desenvolver técnicas e vocabulários para lidar com a complexidade, devemos começar com a simplicidade.
O ambiente controlado do laboratório nos permite examinar uma coisa por vez. Podemos programar as circunstâncias de modo a saber exatamente o que entra na situação experimental; se formos cuidadosos, poderemos excluir as interferências que poderiam, de outro modo, obscurecer os processos que desejamos estudar. A simplicidade de nosso ambiente de laboratório pode também nos ajudar a ver os diferentes aspectos da aprendizagem mais facilmente. Temos que ser capazes de identificar os eventos antes que possamos estudar suas propriedades. Uma maneira de começar é olhar para o comportamento que não envolve linguagem porque ele provavelmente será mais simples que o comportamento que a envolve. A maneira mais fácil de fazê-lo é olhar para o comportamento de organismos não humanos. O que eles nos dizem sobre o comportamento sem palavras pode mais tarde nos auxiliar a analisar o que é especial a respeito do comportamento com palavras.
... Procedimentos para o estudo do comportamento algumas vezes são chamados de operações experimentais e as mudanças produzidas no comportamento são chamadas algumas vezes de processos comportamentais. Estudamos a relação entre os eventos no ambiente e as respostas do organismo, ao manipularmos o ambiente e observarmos como isto afeta o que o organismo faz. Operamos sobre o ambiente do organismo ou, em outras palavras, efetuamos operações experimentais. Na análise do comportamento, as operações são o que o experimentador faz ou arranja e os processos são as mudanças que resultam no comportamento. Procedimentos particulares de aprendizagem podem ser descritos em termos destas operações, consideradas só ou em combinação. Logicamente, a operação mais simples consiste meramente em observar o comportamento. O comportamento que observamos nos diz o que um organismo é capaz de fazer. Mas, porque não temos qualquer controle sobre os eventos, quando só observamos, podemos ser incapazes de tirar conclusões sobre as causas do comportamento. Portanto, devemos intervir...). (Catania, 1992, pp. 4, 15).
Livro Learning (Aprendizagem); 1992 (3.a edição).
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