O medo de dirigir é mais comum do que parece. Já ouvi vários relatos sobre esse medo.
Relatos como:
- Fico super ansioso(a) na prova prática. Meus pés ficam sem controle, minha perna treme. Meu coração dispara, fico quase sem ar.
- Eu travo ao colocar as mãos no volante. Minha mão parece que gruda no volante que não consigo nem ligar o carro.
- Eu transpiro tanto que minhas mãos escorregam pelo volante.
- É só eu passar perto da auto-escola que já começo a passar mal.
Eu ainda não atendi nenhum caso como esses, mas pelos relatos (de pessoas próximas) fiquei pensando em como a terapia cognitivo-comportamental poderia ajudar essas pessoas.
A terapia cognitivo-comportamental faz com que a pessoa supere seu medo ensinando-a a emitir novos comportamentos que possam modificar sua relação com o volante. O uso de técnicas de relaxamentos também podem auxiliar. O relaxamento quando bem realizado reduz consideravelmente os sintomas de ansiedade.
Não adianta colocar o paciente no carro e pedir para ele dirigir e falar que você estará ali para ajudar. O ideal é realizar junto ao paciente uma hierarquia de ansiedade para exercícios de enfrentamento no trânsito. A partir dessa hierarquia começar com técnicas de exposição gradual.
A terapia para o medo de dirigir também trabalha a reestruturação cognitiva, em que o cliente identifica e modifica pensamentos irracionais em relação ao trânsito ou ao ato de dirigir.
Quando ouço: "É só eu passar perto da auto-escola que já começo a passar mal.” Temos um caso de condicionamento. Possivelmente, a auto-escola tornou-se um estímulo pré-aversivo, devido a uma história de condicionamento, o que explicaria a função do comportamento de esquivar-se do local.
Muitos instrutores indicam algumas medicações aos seus alunos, para que a ansiedade não atrapalhe na prova prática. Em alguns casos, o uso de medicação adequada ajuda a controlar os estados fisiológicos (taquicardia, sudorese, tremor, etc.). É importante ressaltar que o tratamento farmacológico poderá ajudar a amenizar os sintomas orgânicos, mas não modifica, nem instala novos comportamentos para lidar com determinada situação aversiva ou problema. No caso, não é a medicação que vai fazer você dirigir, não é a medicação que fará você ser aprovado na prova prática. O uso da medicação depende de cada caso e ela só pode ser indicada por um médico capacitado após uma avaliação.
Resumindo: A Terapia cognitivo-comportamental dispõe de várias técnicas que podem ajudar o paciente com medo de dirigir. Essas técnicas consistem em expor a pessoa, de forma cuidadosa e com avanços progressivos em pequenos passos, às condições ansiogênicas e desenvolver habilidades de manejo do veículo. Os resultados de tais procedimentos, aplicados por profissional qualificado, são altamente positivos.
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