O que é a ACT?
Steven C. Hayes |
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT em inglês – Acceptance and Commitment Therapy) é uma terapia cognitiva e comportamental, desenvolvida por Steven C. Hayes que pertence à chamada terceira geração das teorias do comportamento. A ACT apoia-se na Teoria do Marco Relacional.
Ela tem como meta principal reduzir a esquiva experiencial que é vista como uma das maiores fontes do sofrimento humano. A ACT promove a aceitação de estados do organismo, de pensamentos e emoções considerados como indesejáveis como realmente são, e não como parecem ser. Quando a pessoa se liberta da luta contra os seus próprios pensamentos, avaliações e sentimentos, ela pode começar a agir de maneira produtiva sobre o seu meio ambiente.
O terapeuta utiliza metáforas, paradoxos e exercícios experienciais para que os clientes aprendam a vivenciar os pensamentos, recordações e sensações, quer previamente temido. Desta maneira as pessoas aprendem a contextualizar esses acontecimentos privados, clarifica o que é realmente importante para as suas vidas, o que no fundo tem mais valor para elas, e tomam o compromisso de fazer as mudanças necessárias para agir. O trabalho sobre os valores constitui de fato um dos aspectos importantes da terapia.
A intervenção terapêutica não tem como objetivo mudar o conteúdo dos acontecimentos privados, mas sim mudar o contexto, nomeadamente o contexto de literalidade. Para Hayes, Pankey & Gregg (2002) as perturbações são decorrentes da socialização em função de quatro contextos sócio-verbais patogênicos, que resumem a variedade de armadilhas contidas na forma como usamos a linguagem ou como pensamos:
1 - O contexto de literalidade: as palavras passam a significar muito mais do que elas realmente significam e assim promovem a emissão de comportamentos desvinculados de suas conseqüências.
2 - O contexto de avaliação: refere-se à tendência automática em categorizar acontecimentos em termos de bom ou de mau. Quando estas avaliações não se baseiam em vivências diretas e contextualizadas, elas podem influenciar as nossas reações de maneira rígida ou injusta: sobretudo quando elas são baseadas em regras sociais.
3 - O contexto de controle: diz respeito à tendência que temos em eliminar os sentimentos, pensamentos e sensações avaliados como negativos. Tentamos rejeitar aspectos da experiência, em vez de enfrentar as condições no contexto da vida que estão na sua origem.
4 - O contexto de dar razões: refere-se à indicação de pensamento e sentimento como causas válidas e sensatas para o comportamento público. Dependendo das razões que as pessoas dão, a comunidade poderia aprovar ou punir a sua ação.
A ACT distingue três níveis da vivência de si:
O “Eu conceitual” que designa o que pensamos e percebemos sobre nós próprios.
O “Eu Vivencial” é a faculdade de estabelecer uma relação de equivalência entre um conjunto de sensações corporais, de predisposições comportamentais ou de pensamentos, e o nome de uma emoção.
O “Eu observador” (Vandenberg & de Sousa, 2006) corresponde à perspectiva transcendente, em que a pessoa tem consciência que não é nem os conceitos que tem sobre si, nem os conteúdos que vivencia, que todos estes são eventos com os quais lida, mas que são distintos dela mesma.
Referências:
- Terapia de Aceitação e Compromisso: modelo, dados e extensão para prevenção do suicido. Hayes, Steven C; Pistorello, Jacqueline; Biglan, Anthony. Rev. bras. ter. comport. cogn;10(1):81-104, jun. 2008. ilus.
- Wikipédia - Terapia_de_aceitação_e_compromisso
Se você não quer ter o pensamento, você o tem.
ResponderExcluirMuito sucinto e esclarecedor o texto sobre ACT.
Obrigada Andrea pela sua visita e comentario...realmente, se voce não quer ter o pensamento, voce o tem...se eu falar pra vc não pense em bolo de chocolate, nao pense em bolo de chocolate....em que vc pensa?? em bolo de chocolate..rs
ResponderExcluirOi Fabiana, gostei muito, é sempre bom ler, sempre faço leituras aqui, sou sua admiradora, bjs
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