domingo, 28 de novembro de 2010

O que é stress? Quais os benefícios da terapia?

Vivemos num mundo onde determinados termos são usados como sinônimos por diferentes pessoas em diversas situações. Um deles é o stress.
A criança diz:"não posso nem olhar para minha mãe, ela vive estressada"; o adolescente reclama: "minha casa está puro stress"; a dona de casa queixa-se: "não sei se é a TPM, mas ando num stress..."; o executivo reclama: "preciso urgentemente fazer algo, não suporto mais este stress"...
Como observamos nas diferentes queixas, as pessoas consideram o stress como algo que vem de "dentro" dela e contra o qual tem que lutar.
Para nós, psicoterapeutas, que trabalhamos na abordagem chamada Terapia por Contingências de Reforçamento, o stress ou nervosismo são termos utilizados pela comunidade verbal para descreverem determinados estados corporais que produzem certos sintomas. Porém, somente a descrição da situação na qual a pessoa fica estressada não é suficiente. Precisamos analisar as contingências de reforçamento que estão controlando e mantendo o comportamento " estressado". Como se pode ver, o critério não é o estado corporal e sim as contingências de reforçamento.
Nas queixas acima descritas, as pessoas não relacionam os estados corporais com a atuação de contingências coercitivas que estão presentes em suas vidas e acabam produzindo comportamentos de fuga-esquiva e ao mesmo tempo eliciando respostas respondentes (aumento dos batimentos cardíacos, pressão no peito etc). Devido a essa dificuldade de discriminação, elas ficam mais sob controle das reações respondentes, que acabam tendo a função de um pré- aversivo, ou seja, "um aviso de que algo ruim virá". Sendo assim, conhecendo-se as contingências de reforçamento, o psicoterapeuta poderá identificar os déficits ou excessos comportamentais envolvidos na queixa apresentada e assim ajudar o cliente a identificar e descrever as relações funcionais entre os comportamentos e as variáveis ambientais presentes. Desta maneira, os comportamentos inadequados são possíveis de serem tratados e modificados na direção em que for mais benéfico à pessoa, visando uma melhor qualidade de vida.
Todos nós somos afetados direta e indiretamente por acontecimentos no nosso dia-a-dia, sobre os quais não temos controle. É o trânsito, a violência, o desrespeito com o ser - humano. Tudo isso nos afeta. Porém, uns conseguem um grau de controle maior do que outros. Porque será que isso ocorre?
Podemos encontrar essa resposta analisando a história de vida da pessoa, ou seja, como ela "aprendeu" a lidar e enfrentar as situações difíceis que a vida lhe impôs e quais as conseqüências que obteve nesse enfrentamento. Se forem positivas, provavelmente essa pessoa futuramente saberá lidar melhor com situações adversas em sua vida; caso contrário ela apresentará um déficit de repertório que dificultará esse enfrentamento. A isso chamamos história de contingências.
Concluindo: nossos comportamentos são produtos de nossa história de contingências e das contingências atuais em operação. Mudando-se as contingências, alteramos o comportamento. Esse é o grande benefício da psicoterapia.

Texto de Conceição Aparecida dos Santos Covre Batista, disponível em: http://www.terapiaporcontingencias.com.br/dialogo_edicao01.php

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