terça-feira, 16 de novembro de 2010

Estímulos discriminativos (SD)

Para compreendermos o conceito de Estímulo Discriminativo (SD) precisamos, antes, retomar alguns princípios sobre o comportamento, aplicáveis tanto a organismos humanos como a outros menos complexos. O comportamento, seja ele reflexo ou operante, envolve sempre uma relação entre eventos ambientais (estímulos) e ações do organismo (respostas). Tais eventos controlam o responder e, por essa razão, sempre precisamos levá-los em consideração ao analisarmos um comportamento. São, portanto, variáveis determinantes do comportamento, ainda que o organismo nem sempre responda discriminativamente à elas – por exemplo, uma contingência pode produzir sentimentos aversivos, denominados “tristeza”, sem que a pessoa consiga relatar as variáveis que produziram esse sentimento.
Eventos ambientais podem ter funções de antecedentes ou de subseqüentes, conforme aparecem, respectivamente, antes ou depois da ocorrência da resposta. Analisaremos o papel dos antecedentes, para uma melhor compreensão do conceito de SD. No comportamento operante (aquele no qual não identificamos um estímulo eliciador que produza seguramente uma resposta filogeneticamente determinada) os eventos antecedentes têm o papel fundamental de determinar diante de quais estímulos, especificamente, uma resposta – selecionada por suas conseqüências (eventos subseqüentes) – produzirá reforçadores. Isso possibilita que o organismo economize energia diante de situações nas quais seu comportamento não seria reforçado.
O SD é uma das possíveis funções dos estímulos antecedentes. Em sua presença, a emissão de uma resposta será reforçada. Mais do que isso, o SD tem o poder de evocar respostas que foram instaladas na história de contingências do organismo. Ele, em conjunto com a conseqüência, nos permite compreender porque um indivíduo se comporta de determinada maneira em determinadas condições.
Para ilustrar um evento com função de SD, suponhamos a presença de um semáforo em um cruzamento de vias. Diante da luz verde, se o motorista avançar com o carro, seu comportamento será reforçado (o motorista continuará seu trajeto em segurança). Na presença da luz amarela e, especialmente, da luz vermelha, se o motorista avançar terá grande probabilidade de ser punido (de forma natural, caso se envolva em um acidente, ou de modo arbitrário, caso o guarda de trânsito o autue). Assim, a luz vermelha se torna um SD para o comportamento do motorista.
O conceito de SD pode ser estudado por meio das referências a seguir:
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: Comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre: Artes Médicas.
Sério, T. M. A. P. Andery, M. A., Gioia, P. S. & Micheletto, N. (2002). Controle de estímulos e comportamento operante: Uma introdução. São Paulo: EDUC.
Michael, J. (1993). Concepts and principles of behavior Analysis. Kalamazoo: Society for the Advancement of Behavior Analysis.

Texto disponível em: http://www.terapiaporcontingencias.com.br/dialogo_edicao38.php

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